Chegando aos três anos em que o Covid-19 surgiu, o que se debate atualmente são as diversas sequelas que existem em curados da doença. Um estudo feito na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) comandado pela Pneumologista e especialista em Medicina do Sono, Jéssica Polese mostrou outros sintomas além os de via respiratória, em exames realizados 30, 90 e 180 dias após a alta hospitalar.
“Além de alguma sequela no pulmão, outras comorbidades surgiram no organismo de quem teve a doença na forma mais grave, incluindo a depressão”, diz a pneumologista.
De acordo com o estudo, 28% dos pacientes apresentavam depressão, 36%, ansiedade e 44%, fadiga. Outros 44% do total relataram dormir mal. A Covid longa ou crônica como é conhecida no meio médico provoca diversos sintomas em pacientes que tiveram a doença na forma grave, que tinham comorbidades e também em quem não tinha algum problema de saúde, mas foi infectado.
“Entre as principais queixas, estão fadiga, tosse persistente, dificuldade para respirar, a perda do olfato ou paladar em alguns períodos, dores de cabeça frequentes, queda de cabelo, cansaço, perda de memória, etc”, afirma Jessica.
Um outro estudo conduzido por cientistas dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH) neste ano, descobriram que a própria resposta imune desencadeada pela contaminação com o Sars-CoV-2, vírus causador da doença, pode provocar danos e inflamações nos vasos sanguíneos do cérebro e estar por trás do problemas da perda de concentração e a “névoa mental”.
Para a pneumologista, são provas de que a Covid longa pode afetar o organismo em diversas formas e elevar o risco do paciente ter um Acidente Vascular Cerebral (AVC), doenças cardiovasculares, metabólicas, entre outras.
“Temos visto também hoje o aumento da depressão, por conta dos sintomas variarem da ordem psiconeurológica a sintomas físicos incapacitantes causando enorme sofrimento físico e mental”, explica Jessica.
Esses indivíduos possuem queixas de ansiedade, pânico, alterações no sono e sintomas depressivos e são ainda piores naqueles indivíduos que necessitaram de internação ou apresentaram quadros mais graves”, relata a médica.
De acordo com a médica, as alterações no sono já são um fator preocupante pois afeta diretamente o organismo, e aliado à possíveis sequelas da Covid pode ser um fator maior de risco à saúde.
É preciso orientação aos pacientes quanto a tratamentos voltados para cuidar de traumas devido ao isolamento, a perda de amigos e familiares e que influenciam ainda mais no bem-estar. “Este cenário causa uma piora crescente e originam sintomas. As alterações físicas incluem problemas cardiovasculares, pulmonares e musculares tão intensos e às vezes limitantes”, explica Jessica.
Redação Mov News
Equipe de jornalismo do MovNews