Um gol de falta imortalizado no olhar do público presente no Estádio Alberto Tavares Silva, em Sergipe, capital piauiense. Hoje disponível para todos na internet, o petardo de Geraldo Dutra Pereira, o Geraldão, abriu o placar da vitória do Cruzeiro por 3 a 0 sobre o Piauí, com Hamilton marcando duas vezes, em partida válida pelo Campeonato Brasileiro de 1986 (à época chamado Copa Brasil).
A força, a curva e a precisão no chute são características que ficaram marcadas em quem viu Geraldão nos gramados durante os anos 1980 e primeira metade da década de 1990. Revelado no Cruzeiro, abriu caminhos para outros jogadores brasileiros no futebol árabe quando, em 1981, estreou pelo Al-Arabi Doha, time do Qatar.
De volta ao clube do coração, chamou a atenção do Futebol Clube do Porto, de Portugal, em 1987, quando transferiu-se para o time que dominou o esporte na Europa, faturando títulos nacionais, continentais e a Copa Intercontinental daquele ano, sobre o Peñarol, do Uruguai, então campeão da Copa Libertadores da América.
Contra um dos maiores rivais do clube português, o Sporting, Geraldão também deu uma prova da potência de seu chute a ponto de arrancar rasgados elogios do treinador adversário, o brasileiro Marinho Peres. Jogou ainda na Portuguesa, com Dener e Capitão, e no Grêmio de Éder Aleixo. Pela Seleção Brasileira, foi campeão Pan-Americano em Indianápolis 1987, classificando o time canarinho para as Olimpíadas de Seul 1988, vencida pelos soviéticos por 2 a 1 – mas sem o zagueiro artilheiro. Passou também por Paris Saint-Germain, da França, e América, do México.
Hoje aposentado dos gramados e também da prancheta, já que também foi treinador do CRB, de Alagoas, dos mineiros Ipatinga e Democrata-GV e do time B do Porto, Geraldão aproveitou uma passagem por Vila Velha e conversou com o MovNews. Falou de sua carreira, da fama de bom cobrador de falta, dos gols em aventuras no ataque, dos títulos e dos parceiros de bola. Por fim, deu um recado para o futebol capixaba. Assista: