segunda-feira, 4 de dezembro de 2023
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Fugas em presídios expõem fragilidades do sistema prisional capixaba

A fuga de 14 detentos em duas unidades prisionais do Espírito Santo, expõe a fragilidade do sistema prisional capixaba. As fugas aconteceram em menos de uma semana após uma série de denúncias envolvendo a superlotação dos presídios do Estado.

As buscas pelos fugitivos continuam e um foi localizado e detido. O suspeito foi preso na tarde dessa terça-feira (12), em Atílio Vivácqua, Sul do Estado.

Deorlevan Andrade de Jesus tem passagens por tráfico de drogas, roubo e lesão corporal, fugiu com outros seis detentos na noite da segunda-feira (11), da Penitenciária Estadual de Vila Velha 6, no Complexo Penitenciário de Xuri.

Fugitivos do Xuri, em Vila Velha. Foto: divulgação SEJUS.

14 fugitivos em menos de uma semana

Na noite da segunda-feira, sete detentos teriam fugido do Complexo de Xuri. Segundo a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), os internos conseguiram serrar a grade da cela e escalaram o muro para fugir da unidade.

A Sejus informou que na ocasião buscas foram realizadas no entorno da unidade, mas nenhum indivíduo foi localizado. Além do suspeito que foi recapturado, conseguiram fugir da unidade:

  • Edinatan Barbosa dos Santos;
  • Elvis da Silva Ribeiro;
  • Felipe Dultra Monteiro;
  • Mario Sergio Oliveira Cordeiro;
  • Sidney Aparecido de Jesus;
  • Valdinei Mota Bruno.

Na noite da quarta-feira (06), outros sete detentos fugiram do Centro de Detenção Provisória da Serra (CDPS). A fuga só foi notada no outro dia, durante a contagem de presos. Todos fugitivos são considerados criminosos perigosos.

Foragidos da unidade prisional da Serra. Foto: divulgação Xuri.

Os foragidos foram identificados como:

  • David Carlos Ricardo ou David Carlos Ricardo Alexandre;
  • Lucas Costa Santos;
  • Rafael de Souza Ferreira;
  • Douglas Ferreira Brum;
  • Jorge Nunes Alves;
  • José Vitor Almada Pereira;
  • Vinícius Florêncio dos Santos.

Mandante da morte de PM entre os foragidos

Vinicius é mandante de um crime que chamou atenção pela covardia. Ele teria mandado matar um Policial Militar que estava de folga.

Vinicius estava preso por ser mandante de morte de PM. Foto: reprodução SEJUS.

O soldado Comper foi assassinado em 2022 na frente de um supermercado. O crime aconteceu pelo simples motivo do PM ter feito uma operação na área comandada por Vinicius, mas Comper não tinha participado da ação. Ele foi morto apenas por vingança.

A Sejus disse que está apurando as circunstâncias das fugas. As ocorrências foram registradas junto às autoridades policiais e ao Poder Judiciário.

ES já foi modelo de sistema penitenciário

Em 2010, o Espírito Santo foi denunciado na Organização das Nações Unidas (ONU) por graves problemas no sistema carcerário. Presos ficavam em contêineres de ferro a temperaturas desumanas, houve esquartejamentos e tortura.

Na ocasião, para mudar o cenário, foram construídos vários centros de detenções provisórias em vários municípios do Estado. As mudanças estruturais deram certo e em 2017, o Espírito Santo chegou ser modelo de construção de presídios em todo Brasil, zerando o número de mortes nas instituições prisionais.

Em 2022 no Espírito Santo, das 37 unidades prisionais, apenas 7 não apresentava problemas de superlotação. Os números estão em um estudo de Estatísticas do Sistema Prisional – Dados Consolidados, elaborado pelo Governo do Estado do Espírito Santo e pelo Conselho Penitenciário do Estado do Espírito Santo (Copen-ES).

O excedente na Grande Vitória corresponde a 171,04%. No interior, a 155, 58%. Ao todo, são 10,1 mil detentos em regime fechado; 5 mil no semiaberto; 7,6 mil no provisório, ou seja, aguardando julgamento; e 55 com medida de segurança.

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