O Espírito Santo está em alerta com o número de casos de meningite do tipo C registrados no Estado neste ano. De acordo com a Secretaria da Saúde (Sesa), foram confirmados seis casos e dois óbitos deste tipo da doença só neste ano.
Somente no mês de janeiro, a Secretaria da Saúde (Sesa) contabilizou 15 casos confirmados e 5 óbitos pela meningite, entre viral, bacteriana e fúngica. No ano passado, foram confirmados 79 casos em todo o Estado, com 18 óbitos.
De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, todas as formas de meningite precisam de atenção especial pela gravidade que a doença pode desenvolver, entre elas a Meningite Meningocócica C.
Segundo informações da Sesa o Estado ainda não alcançou a meta preconizada pelo Ministério da Saúde de 95% de imunização em 2021 contra a Meningite Meningocócica C. Para crianças menores de um ano, a cobertura da Meningococo C está em 72,57%. Já para crianças com um ano, a cobertura é de 69,96%. Para adolescentes, a cobertura da Meningococo ACWY é de 38,56% para a faixa etária de 11 anos de idade e, 25,43%, para de 12 anos.
Além disso, a Sesa destacou também que, apesar da faixa etária em maior risco de adoecimento ser crianças menores de um ano de idade, os adolescentes e jovens são os principais responsáveis pela manutenção da circulação da doença na comunidade, sendo que a forma de controlar a Meningite Meningocócica C é manter elevadas coberturas vacinais tanto na população infantil quanto em adolescentes.
“Por isso, é importante estarmos com a vacinação em dia, especialmente a de crianças e adolescentes, cuja vacinação contra a meningite está presente no Calendário Vacinal”, ressaltou o subsecretário de Estado de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin.
A pediatra Luisa Pires explicou que a vacina contra a meningite para crianças de até um ano e de 11 e 12 anos pode ser tomada pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O SUS não oferece o imunizante fora desta faixa etária.
“Desde 2010, as crianças têm essa vacina oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O aumento de casos que está ocorrendo no Espírito Santo é da meningite C, que é a vacina que é oferecida. Mas é importante todo mundo vacinar, criança, adolescentes e adultos”, ressaltou a médica.
Alerta aos municípios
Em virtude do cenário atual, o Centro de Informações Estratégicas e Respostas em Vigilância em Saúde (CIEVS) da Sesa encaminhou às secretarias municipais de saúde uma nota de alerta à situação epidemiológica da doença.
“Alertamos os profissionais de saúde capixaba tanto em relação ao cenário quanto ao manejo adequado de casos suspeitos pela meningite”, frisou o coordenador do Centro de Informações Estratégicas e Respostas em Vigilância em Saúde, Gilton Almada.
O que é a doença?
A meningite meningocócica do tipo C (meningite C) é uma inflamação nas meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Pode ser causada por vírus e bactérias ou, de forma menos comum, por fungos, parasitas, medicamentos e tumores. A meningite meningocócica é uma infecção pela bactéria Neisseria meningitidis e pode atingir pessoas de qualquer faixa etária.
Como se transmite?
Em geral, a transmissão é de pessoa para pessoa, através das vias respiratórias, por gotículas e secreções do nariz e da garganta. A transmissão fecal-oral (ingestão de água e alimentos contaminados e contato com fezes) é de grande importância para a meningite viral, em infecções por enterovírus.
Prevenção
O esquema vacinal sugerido é de duas doses aos três e cinco meses, além de um reforço aos 12 meses, que poderá ser aplicado até os quatro anos. Além disso, também está indicada para adolescentes de 12 a 13 anos.
Sintomas
- Febre
- Rigidez na nuca
- Dor de cabeça
- Mal-estar
- Náusea e vômito
- Confusão mental
- Sensibilidade à luz
- Dores intensas ou dores nos músculos, articulações, peito ou barriga
- Manchas vermelhas na pele, parecidas com picadas
- Respiração rápida
- Calafrios