Foi assinada em Vitória, na manhã da terça-feira (29), no píer de pescadores da Praia do Suá, a lei da pesca assistida . A nova legislação, que será publicada no Diário Oficial do Município, entende a pesca assistida como aquela em que a rede é acompanhada pela embarcação tripulada durante todo o período de imersão.
Esta pesca deriva da rede, desde o lançamento até o seu recolhimento, garantindo a sua visualização. De acordo com o biólogo Daniel Motta é necessário uma fiscalização rígida.
“Diferente da rede de espera e da pesca de arrasto, a pesca assistida é mais seletiva. Mas a pesca foi liberada em regiões de alta biodiversidade, ao qual, a gente tem que entender que pra ela ser bem praticada, temos que ter a confiança dos pescadores para ser feita de forma correta, além de uma fiscalização eficaz que sabemos que não existe”, afirmou Daniel.
O detalhe é que a utilização das redes aliada à falta de consciência ambiental, pode levar ao extermínio de muitas tartarugas, já que a permissão se estende até a Baía das Tartarugas, local importante da ilha de Vitória, que compreende também o trecho do estuário do rio Santa Maria.
O vereador Luiz Emanuel (Cidadania), utilizou as redes sociais para criticar a lei, e afirmou que se trata de um retrocesso.


O projeto Pegada, importante trabalho de preservação dos oceanos também utilizou as redes sociais para se mostrar contrário à lei da pesca assistida.


Além de disso, a Ilha de Vitória é contemplada pelo estuário do Rio Santa Maria, que deságua no píer de Iemanjá na praia de Camburi. O estuário é sempre uma área riquíssima na biodiversidade marinha e deve ser preservada.
“O estuário possui uma grande importância ecológica, pois fornece uma grande quantidade de alimento para várias espécies que conhecemos. No caso dos peixes, serve de berçário para vários tipos de espécie, como por exemplo, o robalo, então se houver pesca nessa área, vai pegar sim os peixes adultos que estarão indo desovar, assim como os juvenis. Qualquer pesca é predatória, sendo assistida, ou não”, daniel motta.
O projeto Pegada ainda compartilhou fotos de dezenas de tartarugas que morreram presas às redes de pesca. Cena lamentável para quem vive em uma ilha tão rica como Vitória.


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