Eles querem mudar a política do Espírito Santo; o que pensam os pré-candidatos?

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Foto: Assembleia Legislativa

O primeiro turno das Eleições 2022 acontece em 2 de outubro. Neste dia, além de escolhidos os candidatos a presidente que irão para o segundo turno, marcado para o dia 30 do mesmo mês, serão eleitos deputados estaduais, federais e senadores. No Espírito Santo, pré-candidatos estão imersos em suas pré-campanhas. Mas o que pensam alguns desses postulantes a representes do povo capixaba na Assembleia Legislativa (Ales)?

A pedido do MovNews, três pré-candidatos apresentaram suas bandeiras e analisaram o trabalho político desenvolvido atualmente. Esses aspirantes a uma cadeira no parlamento estadual apresentaram suas bandeiras e disseram o que precisa ser mudado. Eles querem transformar a política do Espírito Santo.

Cabo Eugênio

Jackson Eugênio Silote é cabo da Polícia Militar e atual presidente da Associação dos Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiros Militares (ACSPMBM/ES). Foca suas propostas na Segurança Pública, dada a experiência e atuação como integrante de uma dessas forças.

Pastora Priscila Santiago

Pastora Priscila Santiago Caxias tem 35 anos, é casada e mãe de quatro filhos. Atualmente cursa graduação de Serviço Social e é cuidadora de idosos e cuidadora social já formada. Há quase sete anos atua no acolhimento e na reabilitação de dependentes químicos e na assistência às famílias dessa população.

A experiência no trabalho de social de rua, amparando pessoas em vulnerabilidade social e familiar inspirou em Priscila o desejo de ampliar a rede de acolhimento. Da Central Única das Favelas (Cufa), em Vitória, partiu para Vila Merlo, em Cariacica Sede, onde fez de sua casa o espaço físico do Instituto Reconstruindo os Muros, o qual preside e onde cuida da reabilitação de dependentes químicos, sem deixar de assistir famílias carentes.

Sarita Alves

Sarita Alves é gestora de saúde, tendo atuado por 18 anos no Sistema Único de Saúde (SUS) do Espírito Santo, sendo cinco anos na gestão de hospital público no Estado, além de Analista de Políticas Públicas.

Liderança da Barra do Jucu, em Vila Velha, tem como principal bandeira a defesa do SUS e é crítica da entrega de hospitais para as Organizações Sociais (OS), de leis que considera de baixa qualidade e pouca efetividade e também da reeleição no Poder Legislativo. É também defensora da Educação, do Meio Ambiente e de maior representatividade feminina na política capixaba.

MovNews: O que você acredita não está certo na política capixaba?
  • Cabo Eugênio – “Muita coisa no nosso Estado pode sim ser melhorada, muita coisa! Na minha trajetória vi de perto as necessidades da segurança pública, o quão é importante investir no setor, trabalhar medidas preventivas, olhar para os policiais como seres humanos, que passam por muita pressão pública e mesmo assim não desistem de proteger a sociedade. Vejo muitos falando de Cultura, Turismo, Empreendedorismo, mas como vamos investir em ações secundárias, se a primeira não é feita? Como investir no Turismo, se o turista não tem segurança? É preciso dar um passo atrás e primeiro fortalecer os alicerces do Espírito Santo. É esse caminho que pretendo trilhar quando for eleito.”
  • Pastora Priscila – “A saúde pública está um caos. A área da reabilitação está abandonada. É preciso fazer um trabalho mais profundo com a área da dependência, porque assim nossas cidades, ruas e bairros ficariam mais seguras, pois trataríamos o problema da dependência, justo onde roubam cidadãos de bem para consumo [de drogas]. Nossas ruas ficariam mais limpas. Então é preciso dar uma atenção melhor ao tema e criar parcerias que possam ajudar essas entidades públicas de forma voluntária.”
  • Sarita Alves – “A omissão dos nossos deputados estaduais. Hoje, vejo com maus olhos a entrega da saúde às Organizações Sociais da Saúde (OSS). Os últimos hospitais que foram inaugurados, como o São Lucas novo (hoje Hospital Estadual de Urgência e Emergência-HEUE); o Hospital Jayme (Santos Neves, do Estado), inaugurado há quase oito anos e entregue a uma OSS; o Central da Serra (Hospital Estadual Dório Silva). A privatização disfarçada da saúde pública do Espírito Santo, ao meu ver, não é boa, sendo que nós temos quatro deputados estaduais que são médicos e, em nenhum momento nesses quatro anos, não se dispuseram a defender o SUS, a saúde pública, e são os primeiros que votam e defendem essas entregas. Acho que o Espírito Santo está caminhando para ser um Rio de Janeiro no colapso da saúde pública. Eu sou gestora de saúde, fui gestora de um hospital público durante cinco anos e vejo isso. Sei que o SUS tem solução, desde que as pessoas que estão à frente tenham comprometimento.”
MovNews: É preciso renovar a política local?
  • Cabo Eugênio – “Novos ciclos são sempre importantes, fazem a diferença, então sim, é preciso renovar, é preciso abrir espaço para que outras pessoas também possam trabalhar pelo Espírito Santo. Oxigenar os setores públicos com pessoas qualificadas, que têm toda a capacitação e querem solucionar as dores dos capixabas. Se continuamos com o ‘mais do mesmo’, como que vamos esperar melhorias? Novas oportunidades? Novas soluções? Renovação é a resposta para muitas perguntas, mas principalmente para questões que precisam de atenção no Espírito Santo e que, até hoje, não foram solucionadas.”
  • Pastora Priscila – “Renovação é sempre bem-vinda e, sim, é preciso renovar. A velha política está mal acostumada.”
  • Sarita Alves – “A gente precisa renovar. Eu não acredito que deputados estaduais tenham que ter segundo mandato. Até acredito que prefeito, governador e presidente podem ser reeleitos, mas não vejo qual finalidade há na reeleição de deputados estaduais, federais, senadores ou vereadores, tendo em vista que o papel deles é legislar, ajudar nessa organização. Se uma pessoa não fez em quatro anos, não vai fazer mais. A reeleição é um perigo, gatilho para o político fazer alianças que não são benéficas para a população.”
MovNews: Caso eleito(a), quais mudanças pretende fazer no Espírito Santo?
  • Cabo Eugênio – “A análise que faço hoje da política capixaba é que ela precisa focar mais nos problemas do dia a dia do cidadão e menos nos interesses políticos partidários. Quero trabalhar para a resolução efetiva das dores que estão no dia a dia do capixaba. Começando pelos pilares básicos da nossa sociedade, educação, saúde e segurança. Esse último, a segurança, é a área que mais tenho propriedade para falar. Por ter trabalhado e acompanhado de perto os mecanismos de segurança no nosso Estado. Mas não adianta falarmos de segurança, sem falar de investimento nessa área, nos profissionais que estão todos os dias nas ruas. É um assunto que poucos candidatos podem falar com firmeza e, infelizmente, poucos têm interesse. Um exemplo disso é que o Espírito Santo é o segundo Estado no Brasil que tem o pior salário para policiais. O que disse agora há pouco, sobre solucionar as dores do dia a dia dos capixabas, começa por esses pontos básicos, que estão há anos sendo negligenciados.”
  • Pastora Priscila – “Na nossa Educação, principalmente nos municípios mais carentes, que precisam de uma atenção melhor. Pretendo fazer um trabalho na base na educação, dando atenção a ações de prevenção contra drogas, além de educação sexual para jovens e adolescentes.”
  • Sarita Alves – “Ganhar já seria um passo para uma grande mudança, tendo em vista que eu não sou alguém que tenha cargo ou a máquina pública nas mãos. Não sou uma pessoa que tem dinheiro e não sou política de carreira. Se olharmos nossos 30 deputados, boa parte deles são políticos de carreira. Acho que a grande mudança que o Espírito Santo precisa é uma revisão dessas políticas que temos, dos projetos de lei apresentados e que, muitas vezes, são impossíveis de serem colocados em prática. Tive a oportunidade e a infelicidade de ler os últimos projetos aprovados na Assembleia e é muito do mesmo e inviável de ser colocado em prática, não podem ser executados. Entendo que nossas políticas públicas deveriam ser feitas com mais qualidade. Percebemos que não temos políticos especialistas nessa área. Outra grande mudança seria ter uma mulher ganhando. São apenas três hoje na Assembleia. A gente sabe o quão pequena é a participação feminina na política.”
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Redação Mov News

Equipe de jornalismo do MovNews

2 COMENTÁRIOS

  1. A pre-candidata Sarita Alves me pareceu estar bem focada na saúde q hj é muito deficitária em nosso estado,concordo plenamente q estamos caminhando a passos largos para a total caos, numa área tão importante pra toda sociedade. Uma pessoa jovem com ideias inovadoras e capacitada em políticas públicas de saúde com certeza seria bem vinda ao plenário da Assembleia Estadual.

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