O ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, vai se filiar ao Partido Socialista Brasileiro (PSB). O anúncio foi feito nesta segunda-feira (07), durante encontro com o presidente do partido Carlos Siqueira. A data da cerimônia de filiação ainda não foi divulgada.
Após a oficialização de filiação partidária, tudo leva a crer que Alckmin será vice do então pré-candidato e ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na reunião estiveram presentes o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira; o ex-governador Márcio França; o prefeito do Recife, João Campos; e o presidente estadual do PSB de São Paulo, Jonas Donizette.
Muito entusiasmado, o líder pessebista Carlos Siqueira, disse que o encontro foi produtivo. “Ficou acertado que ele entra no PSB, só falta agora a data da filiação. A conversa foi excelente”, afirmou.
Apesar presidente do partido informar que é certa a filiação do ex-governador, Alckmin afirmou ter mantido uma conversa de caráter negocial com a cúpula nacional do PSB mas não confirmou a informação. “Foi uma conversa muito boa, muito positiva. Mas não tem decisão ainda sobre a filiação partidária. A decisão vai ser um pouquinho mais para frente”, relata.
Com esse passo sendo dado, falta apenas o acerto entre o PSB e o Partido dos Trabalhadores (PT) para selarem a federação partidária e concorrerem juntos à presidência da República, nas eleições de outubro.
Lula não esconde a vontade de ter Alckmin ao seu lado e em diversas entrevistas disse que pretende ainda neste mês de março, formalizar a sua pré-candidatura contando com o vice no lançamento da chapa.
O presidente estadual dos pessebistas em São Paulo, Jonas Donizette, relatou que Alckmin deverá participar de evento partidário no próximo sábado, no entanto a filiação poderá acontecer somente na próxima semana. Tudo será organizado pelo presidente nacional do PSB.
Geraldo Alckmin foi cortejado por diversos partidos políticos após anunciar a sua desfiliação do PSDB – partido no qual esteve filiado durante 33 anos – e recebeu convites das siglas do PV e Solidariedade para se filiar e integrar a chapa eleitoral de Lula.
De acordo com petistas e também lideranças do próprio PSB, a filiação de Alckmin faz com que o ex-governador Márcio França perca forças em sua pré-candidatura nas eleições de outubro visando o governo paulista. Abrindo caminho para o então, pré-candidato do PT, Fernando Haddad, que lidera as pesquisas eleitorais. França deverá se contentar com a vaga ao Senado que será apoiada pelos petistas.
Vai acontecer a Federação Partidária?
Desde a criação da possibilidade de federação partidária aprovada pelo Congresso Nacional no ano passado, petistas e pessebistas tentam se unir para voarem juntos aos principais pontos políticos do Brasil. Após esse princípio de resolução nas arestas estremecidas por causa desta junção, os líderes partidários do PT e PSB precisam também resolver alguns impasses a níveis estaduais para selar de vez essa união.
A deputada federal Marília Arraes (PE) é um dos nomes que pode deixar o PT, pois a parlamentar externou a vontade de disputar a vaga ao Senado ou o Governo de Pernambuco na eleição deste ano, e pela sigla petista isso não é possível. Já o PSB, se divide em quatro Estados quando a conversa é se aliar aos petistas, pois as lideranças pessebistas estaduais querem se lançar como candidatos aos Governos estaduais nas eleições de outubro.
As disputas ocorrem no Espírito Santo, com o governador Renato Casagrande; em São Paulo, com o ex-governador Márcio França; em Pernambuco com João Campos, atual prefeito do Recife; e no Rio Grande do Sul, com o ex-deputado federal Beto Albuquerque.
Com a intenção de evitar uma divisão da esquerda, o líder petista e ex-presidente Lula vem tentando incansavelmente propor uma federação partidária – consiste na união das siglas que atuará como se fosse um só partido antes e depois das eleições – entre PSB, o PV e o PC do B. No entanto, as negociações teriam esfriado após um impasse entre PSB e PT, no qual ambos pretendem disputar o Governo paulista, onde petistas e pessebistas lideram as pesquisas eleitorais.
Resta saber se com a filiação de Alckmin ao PSB, as tratativas voltaram a esquentar entre os principais líderes das legendas. A impressão é de que as negociações não estão longe do fim, segundo o próprio líder petista, Lula, que anunciará sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto, agora na segunda quinzena de março.
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