Empresários capixabas do ramo de transportes estão presos por suspeita de comandarem organização criminosa especializada em furto de combustível da Petrobras.
De acordo com o Ministério Público do Rio de Janeiro, os capixabas Daniel José Campagnaro e Magnojai Rizzari Recla, faziam parte de uma organização criminosa, chamada de “BR Ratobras”, que agia principalmente no Rio de Janeiro, mas também no Espírito Santo. A quadrilha é especializada em furto de combustível por meio de perfuração de dutos da Petrobras Transporte S.A (Transpetro).
Nesta quarta-feira (23), foi deflagrada a operação “Ratoeira” e os Agentes da Polícias Civis do Espírito Santo e Rio de Janeiro cumpriram10 mandados de prisão e 26 de busca e apreensão nos dois estados e também em Minas Gerais e em Pernambuco.
A Polícia Civil do ES informou que Campagnaro foi detido e levado à delegacia para prestar depoimento. Na casa do suspeito foram encontrados documentos e veículos. “A investigação aponta que ele tinha caminhões que eram usados pelo grupo no transporte do combustível furtado”, esclarece o titular da Delegacia de Polícia de Ibiraçu, delegado Leandro Sperandio.
Segundo o delegado, o outro capixaba Magnojai Rizzari Recla, que mora em João Neiva, foi preso em São Paulo. Na residência do segundo suspeito, foram apreendidos documentos, cinco HDs e dois veículos, sendo uma motocicleta modelo R6 e uma Optima.
Recla já havia sido preso em 2016, na ocasião ele foi autuado por envolvimento em fraudes e subtração de combustíveis. Seu poso de combustíveis permanece interditado. O ponto na época, era usado para comercializar os produtos roubados.
A Polícia Civil apontou nas investigações, os dois capixabas presos eram os “cabeças” na organização criminosa. Os empresários recebiam o combustível furtado no Rio e comercializavam nas suas próprias empresas no Espírito Santo.
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Há um terceiro suspeito capixaba e que se encontra foragido, Robson Teixeira Alves Gusmão, apontado também como sócio na operação criminosa que receptava os combustíveis. A Polícia disse que Robson é morador de Vitória e que ainda não foi localizado.
A equipe de reportagem da Rede MovNews não conseguiu contato com as defesas dos investigados. O espaço está aberto para manifestação de seus advogados.
A empresa Transpetro foi procurada para comentar o caso de furto e respondeu que está colaborando com as investigações e que mais de 30% dos delitos não chegaram a ser concluídos devido ao trabalho de inteligência das forças de segurança.
Começou em 2017 a investigação
As investigações tiveram início quando a Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu dois membros da quadrilha que conduziam petróleo subtraído, na cidade de Magé. A polícia na hora da prisão prendeu os aparelhos de telefone celular da dupla e passou a investiga-los para chegar aos mandatários do crime.
Com o andamento das investigações, os agentes da polícia identificaram os criminosos e as respectivas funções na operação clandestina.
Esquema
A Polícia Civil apresentou como era orquestrado o furto de combustível por meio de perfuração de dutos, e que a organização é formada por três núcleos. Um é o responsável por efetuar a perfuração nos dutos com uso de equipamentos próprios; o outro pela extração e transporte do petróleo e combustível subtraídos em caminhões; e o terceiro é composto por empresários receptores do produto.


Segundo o delegado que investigava o caso, a comunicação entre eles era feita por aplicativos de mensagens, onde definiam suas estratégias de execução, que eram sempre realizadas em horários noturnos. O grupo criado, chamado “BR Ratobras”, tinha até uma logomarca com a imagem de um rato segurando um fuzil.
Foram denunciados e tiveram a prisão preventiva decretada:
- Adriano Marcelo Gomes, motorista de caminhão, preso;
- Daniel José Campagnaro, empresário dono de caminhões;
- Dionathan Rodrigues Lima, empresário dono de caminhões;
- Franz Dias da Costa, motorista de caminhão; preso;
- João Luiz Gomes Diogo, empresário dono de caminhões;
- Magnojai Rizzari Recla, empresário receptador do combustível furtado;
- Mauro Pereira Gabry, empresário dono de caminhões;
- Milton Carlos Felix de Souza, responsável por perfurar dutos, preso em Magé;
- Robson Teixeira Alves Gusmão, empresário receptador do combustível furtado;