quinta-feira, 18 de abril de 2024
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Brasil do Norte X Brasil do Sul

Brasil do Norte

O autor passeia pela história a partir da guerra da Coreia, passa pelo Vietnam, pela criação de Israel, mergulha na história de Abraão e Ló na antiguidade, para registrar que a divisão entre “nós” e “eles” do Brasil de 2018 seria uma boa. 

Por Joe Conti

A história tem mostrado que nos últimos dois séculos, boa parte das disputas internacionais, com raras exceções, sempre têm terminado em empate. Quando os EUA entraram na guerra da Coreia (anos 50), dividiu o país em norte e sul.

O mesmo aconteceu com o Vietnam, com a Alemanha, ou a Europa oriental, uma parte para cada lado. O caso mais clássico é o do Oriente Médio, onde a recém-criada ONU teria que entregar para os judeus seus territórios, porém ali haviam também muitos outros povos com o mesmo problema dos judeus. Solução: vamos dividir o território proporcionalmente a cada povo.

Bem ou mal, em paz ou em guerra, os organismos internacionais responsáveis pela humanidade perceberam que a única solução não era a disputa, o confronto, as constantes ameaças de ambos os lados, mas a divisão, pura e simplesmente do país em duas partes e separar os beligerantes. Mostra a história, que a divisão produziu de forma incrível uma sensação de vitória e alegria. Cada lado estava livre para, enfim, construir a tão sonhada pátria amada.

O mais incrível é que essa solução não é nada nova. Quando Abraão chegou na terra prometida, e seus empregados começaram uma briga com os empregados de Ló, seu sobrinho, ele tomou uma decisão importante.

Disse Abraão para Ló: não há como vivermos juntos, faz uma coisa, escolhe um lado para morar. Se escolher a direita, eu vou para a esquerda, se escolher a esquerda, vou para a direita. Diz o texto sagrado que mesmo sendo Abraão mais velho, ele abriu mão do seu direito e deixou Ló escolher primeiro. É verdade que na história da Bíblia, o Ló só fez porcaria e Abraão teve que livrá-lo das maracutaias em Sodoma.

Essa é a proposta para o Brasil de hoje. Em 2018, a esquerda criou 2 países, o “nós” e o “eles”, e tem mantido essa questão sob fogo cerrado. Tudo que o “eles” fazem está errado, contra a ciência e são negacionistas, uma vergonha para o mundo.

O problema é que os negacionistas, ao que indicam as pesquisas, são mais de 70% da população. Logo, a única alternativa que vejo é dividir o Brasil em duas partes. Seria o BE e o BD (Brasil da Esquerda e o Brasil da Direita). Para não criar problemas, o BE teria o direito de escolher qual o território que eles querem. Norte ou sul, leste ou oeste? Se eles escolherem um lado, nós, os negacionistas, ficaríamos com o outro lado, simples assim.

Acabou a briga! Os que optarem pelo Brasil da Esquerda implantariam seu regime de democracia comunista (ou seria comunismo democrático?) e poderiam fazer o que quisesse com as estatais. Poderiam implantar a pedagogia do Paulo Freire nas escolas, criariam a guarda nacional bolivariana do BE para solucionar a segurança, estatizaria toda a economia do país, criaria um órgão que financiasse os artistas e uma imprensa com muito dinheiro regado com uma pura “51”, e, lógico, carnaval e festa o ano todo, afinal ninguém é de ferro.

Nós (os eles) ficaríamos com o outro lado. Não importa qual, sabemos tirar leite de pedra. Foi assim que vivemos nos últimos 30 anos. Manteríamos um regime só democrático, escolheríamos uma nova corte suprema, faríamos uma nova lei eleitoral justa onde pessoas honestas pudessem ser eleitas, teríamos um governo enxuto, poucas estatais e uma economia liberal com impostos justos.

Isso resolveria o problema do Brasil em 2 minutos! Sou otimista?

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Joe Conti

Joe Conti é engenheiro, consultor de negócios, escritor e empresário

Joe Conti ([email protected])

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1 COMENTÁRIO

  1. Se vivemos em um modelo imperial oculto pra mim não haveria diferença.
    Precisaria saber a verdade dos dois lados pra romar uma decisão pensante e racional.
    se é que temos a real escolha!

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