Na preparação para a Copa Espírito Santo 2022, o time do Rio Branco está acreditando que o ditado popular sobre pais e filhos pode se repetir no Capa-Preta: “filho de peixe, peixinho é”. Com a contratação do volante Lucas Surcin, filho do ídolo do Corinthians, Marcelinho Carioca, a torcida alvinegra já pode esperar a mesma qualidade nas cobranças de falta?
De acordo com Lucas, de 28 anos, existem, sim, semelhanças dentro de campo com o pai famoso, até mais do que com o irmão, Matheus Surcin, que também é jogador e pode pintar no Brancão a qualquer momento.
“Meu pai era meia-atacante e fazia muitos gols. Eu jogo mais recuado, de volante. Mas corro bastante e a batida na bola é um pouco parecida com a dele. Fisicamente somos parecidos e acredito que o futebol também possui algumas semelhanças. Já em relação ao Matheus, ele é mais de marcação, de força, um lateral”, afirmou o atleta.
As comparações com Marcelinho Carioca sempre fizeram parte da vida de Lucas Surcin, desde cedo. A pressão de ter um pai que já atuou na Europa e vestiu a camisa da Seleção Brasileira, além da exigência de apresentar um futebol igual, quase fizeram com que o jogador desistisse da carreira. O apoio da família foi fundamental para seguir em frente.
“Não vou mentir, mas já pensei em parar de jogar bola por causa disso. Não é fácil, pois tem muita comparação. Às vezes, ficamos até ‘sem nome’. É só o ‘filho do Marcelinho’. Isso já me afetou bastante. Se não fosse minha mãe, minha esposa, eu teria parado. Mas sei das minhas condições. Graças a Deus eu continuei e hoje estou aqui vestindo a camisa do Rio Branco. Quando conversei com o Eleomar (técnico), ele me disse: você é o Lucas e está vindo para cá porque é o Lucas, e eu gostei de você”, revela.
Futebol como prato de comida
“Como ele jogou com as maiores torcidas do Brasil, ele sempre fala que futebol é como se fosse o último prato de comida. É a chance de mudar sua vida. E por ser filho dele, ele fala que preciso matar dez leões por dia”.
Abrir mercados no futebol
Revelado e com grande parte da carreira no futebol paulista, Lucas Surcin só deixou sua zona de conforto quando teve passagens por Maracaju-MS, Vitória das Tabocas-PE, Gama e CSA. Atuar pela primeira vez no futebol capixaba o atraiu pela oportunidade de ter mais minutos em campo. Nas duas últimas temporadas, o volante vestiu a camisa do São Caetano em nove jogos.
“Desde o primeiro contato, com o presidente (Paulo Pachêco) e o professor Eleomar, me mostraram a oportunidade de jogar em um novo mercado. E sabendo da grandeza do Rio Branco, vi uma oportunidade de jogar e abracei essa ideia.”


Torcida que abraça e cobra
Time detentor de mais títulos do futebol capixaba, o Rio Branco está sem levantar uma taça desde a Série B do Capixabão de 2018. Lucas Surcin já foi informado sobre como a torcida abraça os jogadores que honram o “manto” Capa-Preta, mas também sobre as cobranças normais em qualquer clube grande.
“Tenho amigos que jogaram aqui, no próprio Rio Branco, e falaram da grandeza do clube e da torcida, de como ela é. Venho sabendo do tamanho do time e da torcida, buscando ajudar dentro de campo. Já cheguei sabendo que é preciso mostrar raça, representar o torcedor dentro de campo. Sei onde estou pisando e o torcedor pode se sentir representado”, finaliza.
Irmão à caminho?
O lateral-direito Matheus Surcin também pode reforçar o Capa-Preta. E quem deu o “furo” sobre a informação foi o próprio pai, Marcelinho Carioca. O “Pé de Anjo” comentou na foto de apresentação do filho mais velho nas redes sociais do Rio Branco e deu a entender que o filho mais novo, Matheus, também vai vestir a camisa do Brancão. O clube não confirma a negociação.


Copa Espírito Santo 2022
Integrante do Grupo A da Copa Espírito Santo, o Rio Branco estreia no dia 14 de maio, diante do Serra, às 15h, no Estádio Kleber Andrade, em Cariacica.