A segunda noite dos atletas brasileiros nos jogos de Tóquio 2020

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Rebeca Andrade durante apresentação no solo nas em Tóquio 2020 - Foto: Ricardo Bufolini/CBG

O sono foi mais forte e venceu? Não tem problema. Aqui o resumo da participação dos atletas brasileiros na segunda noite dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. Teve estreia, classificação, superação, muita emoção e as primeiras medalhas para o Brasil na competição.

Prata sobre rodinhas

A primeira medalha brasileira veio em uma modalidade estreante nas Olimpíadas! O paulista Kelvin Hoefler, 27, conquistou a prata no skate street, a primeira prova de skate na história dos Jogos Olímpicos. Único atleta brasileiro na prova, o skatista de Guarulhos terminou com 36.15 pontos na somatória das quatro melhores notas obtidas após duas voltas e cinco tentativas de manobras.

Kelvin Hoefler ostentando a primeira medalha do Brasil nos Jogos de Tóquio 2020, a prata no Skate Street – Foto: Jonne Roriz/COB

O ouro ficou com os anfitriões. O japonês Yuto Horigome fez 37.18 e se tornou o primeiro campeão olímpico do skate. Já o bronze foi para Jagger Eaton, dos Estados Unidos, que somou 35.35 pontos.

Bronze na tradição do tatame

O Brasil é mundialmente conhecido por formar grandes judocas: foram 22 medalhas desde os Jogos de Los Angeles 1984, sendo quatro de ouro, três de prata e 15 de bronze. E nos Jogos de Tóquio 2020 não foi diferente. O gaúcho Daniel Cargnin, 23, faturou o bronze na categoria meio-leve e manteve a tradição brasileira.

Com um waza-ri, o estreante em Olimpíadas Cargnin bateu o israelense Baruch Shmailov e deu ao Brasil sua 23ª medalha na modalidade. Após a conquista, o brasileiro lembrou das lutas contra a Covid-19 e as lesões.

“Vou ser bem sincero, o que eu queria agora era ligar para minha mãe (Ana Rita), ligar e compartilhar tudo isso. Desde o início da pandemia me machuquei duas, três vezes, peguei a covid, perguntei para mim mesmo sobre tudo, refleti sobre a carreira. Fiquei na casa da minha mãe, que me deu o suporte. Ela sempre me apoiou, ela nunca desistiu de mim. Saí de casa muito cedo, hoje não me arrependo, eu posso voltar”, disse o judoca ao canal Sportv.

Daniel Cargnin exibe a medalha de bronze conquistada na categoria meio-leve – Foto: Gaspar Nóbrega/COB

Baile de favela e vaga na final

E o Brasil finalmente estreou na ginástica. E o fez com brilho! Rebeca Andrade estava inspirada e teve uma performance de altíssimo nível, o que lhe garantiu o segundo lugar no individual geral, atrás apenas da grande estrela da ginástica olímpica, a americana Simone Biles. Rebeca se classificou para três finais: trave; salto, com um terceiro lugar; e solo, na quarta colocação após uma exibição ao som do funk “Baile de Favela”.

Rebeca Andrade durante sua exibição no solo, ao som de “Baile de Favela” – Foto: Gaspar Nóbrega/COB

Flavia Saraiva também se garantiu na final da trave. Apesar de terminar em nono lugar, a brasileira herdou uma vaga, já que três atletas do país asiático se classificaram, mas apenas duas por país avançam de fase. Mas Flavia terá ainda de superar a dor. Ela machucou o tornozelo direito durante sua apresentação no solo e chorou bastante. Assim, abriu mão de disputar os demais aparelhos. Agora é focar na recuperação para entrar novamente em ação, no dia 3 de agosto, na final da trave.

Flávia Saraiva avançou à final da trave – Foto: Ricardo Bufolni/CBG

3 a 0 na estreia

A seleção feminina de vôlei estreou com vitória nos Jogos de Tóquio. Na manhã deste domingo (25), o Brasil venceu a Coréia do Sul por 3 sets a 0 (25/10, 25/22 e 25/19), na Ariake Arena, no Japão.  A partida foi válida pelo grupo A do principal evento esportivo do planeta.

A ponteira Fernanda Garay foi a maior pontuadora do confronto, com 17 pontos. A atacante Gabi também se destacou e marcou 14 acertos. Logo após a partida, Garay comentou sobre a atuação do Brasil na estreia contra a Coréia do Sul.

Fernanda Garay vibra durante confronto com a Coréia do Sul; ponteira fez 17 pontos na estreia brasileira em Tóquio 2020 – Foto: Divulgação/FIVB

Empate e liderança do grupo

Na segunda rodada dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, a Seleção Brasileira Masculina enfrentou a Costa do Marfim na manhã deste domingo (25) e empatou em 0 a 0. A equipe comandada por André Jardine controlou as ações diante do time africano, criou boas chances de gol na volta do intervalo, mas o zero no placar prevaleceu até o apito final no Estádio de Yokohama.

Com o resultado, o Brasil lidera o Grupo D com quatro pontos e maior saldo de gols. A classificação para a próxima fase será decidida na última rodada, que a equipe enfrenta a Arábia Saudita, na quarta-feira (28), às 5h (de Brasília).

Brasil x Costa do Marfim pela segunda rodada dos Jogos de Tóquio 2020 – Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Primeira final nas piscinas garantida

Na natação, o Brasil garantiu vaga na final do revezamento 4x100m livre, a primeira do país nos Jogos de Tóquio 2020. O quarteto que vai em busca da 14ª medalha brasileira na modalidade é formado por Breno Correia, Pedro Spajari, Gabriel Santos e Marcelo Chierighini. A prova que vale o pódio está acontece na madrugada desta segunda-feira (26), às 0h05 (horário de Brasília).

Com a marca de 1m45s05, o segundo melhor tempo geral, o brasileiro Fernando Scheffer se classificou para as semifinais dos 200m livre. Quem também conquistou uma vaga na fase seguinte dos 100m costas, com 53s65, foi Guilherme Guido, que avançou em 11°. Ambos entram na água novamente na noite deste domingo.

Quatro brasileiros na final do surf

Os brasileiros estão com tudo no surf e vão confirmando o favoritismo nestas Olimpíadas, a primeira a ter a modalidade em disputa. Ítalo Ferreira, com 13,67 pontos, e Gabriel Medina, com 12,23, venceram suas baterias na Praia Tsurigasaki. Nas oitavas masculina, Medina enfrenta o australiano Justin Wilson, enquanto Ítalo pega o neozelandês Billy Stairmand.

Entre as mulhares, Silvana Lima somou 12,13 pontos, ficou em segundo lugar na sua bateria, atrás da australiana Stephanie Gilmore, e se classificou. A última vaga na final foi conquistada por Tatiana Weston-Webb, que venceu sua bateria com 11,33 pontos e manteve o 100% de aproveitamento brasileiro na primeira fase do surf. Agora, nas oitavas femininas, Silvana encara a portuguesa Teresa Bonvalot, e Tatiana enfrenta a japonesa Tsuzuki.

Meninas do handebol empatam na estreia

A estreia da seleção feminina de handebol em Tóquio 2020 terminou em empate. Contra as russas, atuais campeãs, as brasileiras chegaram a ficar na frente a dez minutos do fim, com 22 a 20 no placar, mas a partida terminou em 24 a 24. Bruna ainda teve a chance de dar a vitória ao Brasil, mas não obteve sucesso na finalização.

O Brasil está no Grupo B, que tem ainda Espanha, Suécia, Hungria e França. O próximo duelo é contra as húngaras, às 23h desta segunda-feira (horário de Brasília).

Handebol feminino do Brasil estreou contra a Rússia, atual campeã, e empatou em 24 a 24 – Foto: Wander Roberto/COB

Mais uma vitória no vôlei de praia

Evandro e Bruno Schmidt estrearam com vitória em Tóquio 2020. Eles venceram os chilenos Marcos e Esteban Grimalt por 2 sets a 1, com parciais de 21/15, 16/21 e 15/12. A vitória no tiebreak serviu para dar confiança à dupla, especialmente a Bruno, que teve 70% do pulmão comprometido pela Covid-19.

“Quando o Evandro fechou o jogo, eu falei: que bom que foi 2 a 1. Porque Olimpíada é um jogo só por dia, e você tem que estar preparado para tudo. E que bom que a gente no primeiro jogo enfrentou dificuldade”, comemorou o atleta, que, junto a Evandro, encara os marroquinos Abicha e Elgraoui na próxima terça-feira (27), às 3h (Horário de Brasília).

Canoísta estreia com vaga nas semis

Ana Sátila está na semifinal do K1 feminino. Com duas boas descidas nas corredeiras da Arena Kasai, a canoísta teve 106.82 segundos como melhor tempo e avançou à próxima fase da competição com a sétima melhor marca. A semifinal e a final acontecem no dia 27, a partir das 2h e das 4h15, respectivamente, sempre no horário de Brasília. Além do K1, Ana Sátila também vai disputar a prova do C1 em Tóquio.

Ana Sátila garantiu vaga na semifinal do K1 feminino – Foto: Divilgação/COB

Vitória e adeus no tênis de mesa

Gustavo Tsuboi estreou com força total nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020. O número 37 do ranking mundial derrotou o romeno Ovidiu Ionescu, por 4 a 1 (11/6, 9/11, 13/11, 11/9 e 11/9), no domingo, 25, no Ginásio Metropolitano de Tóquio. Com isso, está classificado para a rodada 3, assegurando sua melhor campanha em Jogos Olímpicos. Esta é a quarta participação do atleta no evento.

O próximo desafio de Tsuboi será o nigeriano Quadri Aruna, 21° do mundo, na noite desta segunda-feira. O horário correto ainda será divulgado pela organização do torneio.

Já a brasileira Bruna Takahashi não foi feliz em sua participação no torneio individual feminino. A atleta foi superada pela francesa Yuan Jia Nan, por 4 a 0 (8/11, 7/11, 6/11 e 8/11). Esta foi a primeira vez que ela participou do torneio individual, já que no Rio 2016 disputou apenas uma partida por equipes.

Com o resultado, Bruna se despediu do individual e agora pensa no torneio de equipes, onde disputa, ao lado de Jessica Yamada e Carol Kumahara, a partir do dia 1°, contra Hong Kong, uma vaga nas quartas de final.

Gustavo Tsuboi vibra em sua estreia nas Olimpíadas de Tóquio 2020 – Foto: Júlio César Guimarães/COB

Melhor marca e semifinais alcançadas

O remador Lucas Verthein avançou às semifinais do single skiff no Sea Forest Waterway. O remador carioca fez o segundo melhor tempo de sua bateria, 7min14s26, vencida pelo alemão Oliver Zeipler. Ele fez a quinta melhor marca das quartas-de-final.

Lucas Verthein igualou o melhor resultado do remo brasileiro nesta prova na história dos Jogos Olímpicos. Classificado entre os 12 semifinalistas, ele repete o feito de Paulo Cesar Dvorakowski em Moscou 1980.

O brasileiro volta a remar em busca de uma vaga na final nesta quarta, 28, às 11h18 do Japão (23h18 de terça no Brasil).

Lucas Verthein em ação – Foto: Miriam Jeske/COB

Vela: Scheidt e Patrícia em 11º

Estreia também na vela! Em sua sétima participação em Olimpíadas, o bicampeão olímpico Robert Scheidt ficou em 11° lugar entre 35 velejadores na primeira regata da classe Laser. A segunda prova do dia acabou adiada.

Já a classe RS:X teve três regatas neste domingo. A brasileira Patrícia Freitas também terminou o dia em 11°, somando um 13°, um 14° e um quarto lugares. Descartado o pior resultado, são 17 pontos acumulados.

O bicampeão olíimpico Robert Scheidt estreou em Tóquio 2020 – Reprodução/Instagram

Mão pesada

Por fim, o pugilista Wanderson Oliveira estreou batendo o sírio Wessam Salamana (que compete pela equipe olímpica de refugiados) na categoria até 63kg, após decisão unânime dos árbitros. Com a vitória, o brasileiro avançou para as oitavas de final, na qual enfrentará Dzmitry Asanau, de Belarus. A luta acontece no próximo sábado (31).

O pugilista brasileiro Wanderson Oliveira fez uma boa estreia em Tóquio na categoria até 63kg, e avançou para as oitavas de final. Quinto colocado no Campeonato Mundial de 2019, Wanderson derrotou o sírio Wessam Salamana (que compete pela equipe olímpica de refugiados) por decisão unânime dos árbitros. Na próxima fase, o carioca duelará com Dzmitry Asanau, de Belarus. O confronto será somente no próximo sábado (31).

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Redação Mov News

Equipe de jornalismo do MovNews

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