Parece que uma fala de Carlos Massa, mais conhecido como Ratinho, não caiu bem. Ele criticou a Parada do Orgulho LGBTQIA+ , chamando o evento de “carnaval dos infernos”, durante o programa que leva seu nome, no SBT.
“Como é aquele negócio lá? A parada gay… queria pedir, vai fazer lá no sambódromo, a bagunça lá domingo, vai lá no sambódromo gente, lá você fica pelado e faz o que você quiser. Deixa a Avenida Paulista para a família, pra ir lá brincar com as crianças, deixa a Avenida Paulista para as famílias, vai na parada gay lá no diabo do sambódromo, lá pode, porque na minha opinião, a parada gay é um outro carnaval”, disse.
Depois disso, segundo o Metrópoles, a Associação LGBTQIA+ de São Paulo, através do deputado estadual Agripino Magalhães Júnior (MDB), vai entrar com um processo contra Ratinho por homofobia.
“Vou processá-lo por LGBTfobia, que é crime de racismo, e agora se tornou de injúria racial, de 1 a 5 anos [de prisão]. [Vou processá-lo por] Incitação ao ódio e propagação de ofensas contra os direitos da população LGBTI+. LGBTIfóbico, criminoso, ignorante e preconceituoso a fala contra a população LGBTQI+, e outras barbaridades. Somente através da Justiça podemos combater o ódio, preconceitos e retrocessos como essas tais falas e pregações”, disse o deputado.
A AÇÃO
Ainda segundo o site, o advogado Angelo Carbone, que atende a Associação LGBTQIA+ de São Paulo, deve entrar esta semana com uma ação penal contra o apresentador.
“Devo segunda ou terça-feira distribuir uma ação penal relacionada a esse fato e pedindo que ele (Ratinho) se abstenha de falar qualquer coisa sobre os LGBTs.”usa falas homofóbicas.
OUTRA VEZ
E não é a primeira vez que Ratinho recebe notificação da Justiça. No ano de 2014, Ratinho e o SBT foram condenados pelo Superior Tribunal de Justiça a pagar uma indenização de R$ 150 mil ao pastor chileno Victor Orellana, fundador da Igreja Acalanto, a primeira voltada ao público homossexual no Brasil.
A briga entre o evangélico e a emissora era antiga e o processo vinha se arrastando há vários anos. Em 2003, Ratinho mostrou imagens feitas por câmera escondida de um culto na tal igreja e afirmou, enquanto mostrava as gravações, que a igreja era frequentada por “viadinhos” e “viados” e que não tinha filial, mas “viadal”.
Lembrando que em 2011, o desembargador Fábio Quadros determinou que não foi ofensivo o o uso da palavra “gay”, mas “o escárnio”, a “chacota” e o “tratamento chulo e depreciativo sobre a fé professada pelo autor”, o que extrapolou o direito à liberdade de expressão de Ratinho.
Já em 2018, em um vídeo, ele chegou a falar de atores LGBTs nas novelas da TV Globo. Na época ele disparou: “Eu estava aqui vendo a novela da Globo, aquela coisa de cangaceiro e tal. Mas poxa, a Globo colocou ‘viado’ até em filme de cangaceiro, gente? Naquele tempo não tinha ‘viado’ não”, disse o apresentador do SBT no vídeo. “Você acha que tinha ‘viado’ naquele tempo?”, continuou. “É muito ‘viado’: é ‘viado’ às seis da tarde, é ‘viado’ às oito da noite, é ‘viado’ às nove da noite, é ‘viado’ às dez da noite, é muito ‘viado’. Eu não sei o que está acontecendo, não tem tanto ‘viado’ assim. Ou tem? Será?”. Com informações de O fuxico.
Receba as principais notícias do dia no seu WhatsApp! Basta clicar aqui.