Queda de 1% no varejo em junho encerra sequência de cinco meses de crescimento

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Em junho deste ano, o comércio varejista registrou uma queda de 1% em comparação a maio, interrompendo uma sequência de cinco meses consecutivos de crescimento. Esse recuo também seguiu um patamar recorde alcançado no mês anterior, de acordo com os dados divulgados nesta quarta-feira (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Essa foi a maior queda desde maio de 2023, quando o varejo também recuou 1%. Apesar do resultado negativo em junho, o setor ainda apresenta um crescimento acumulado de 4,7% em relação a dezembro do ano passado e uma alta de 5,2% no primeiro semestre de 2024 em comparação com o mesmo período do ano passado.

“Para se ter uma ideia, o crescimento de 2023 foi de apenas 1,7%. Portanto, mesmo com a queda entre maio e junho, o primeiro semestre de 2024 mostra um crescimento de 5,2%, muito superior ao crescimento total de 2023,” explica o pesquisador do IBGE, Cristiano Santos.

Santos atribui a queda de maio para junho a uma acomodação natural após os crescimentos consecutivos, que levaram o varejo a um nível historicamente alto.

O principal fator para o resultado negativo em junho foi o setor de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que caiu 2,1% em relação a maio. Essa queda pode ser explicada pela base de comparação elevada do mês anterior, quando as vendas nos supermercados atingiram um recorde histórico. Além disso, a inflação pode ter influenciado a compra de alimentos, com a alimentação em domicílio contribuindo significativamente para a inflação, apesar da desaceleração geral do IPCA.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 0,46% em maio para 0,21% em junho. Os preços de alimentos e bebidas subiram 0,44% em junho, contribuindo com quase metade da inflação de 0,21% no mês.

Além do setor de supermercados, outras categorias também apresentaram quedas em junho, como artigos de uso pessoal e doméstico (-1,8%), tecidos, vestuário e calçados (-0,9%) e livros, jornais, revistas e papelaria (-0,3%).

Por outro lado, quatro setores apresentaram alta: combustíveis e lubrificantes (0,6%), equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (1,2%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (1,8%) e móveis e eletrodomésticos (2,6%).

No Rio Grande do Sul, o comércio varejista registrou um crescimento de 1,8% de maio para junho, ficando atrás apenas da Paraíba (2,4%). Em maio, apesar das chuvas, o estado já havia mostrado um crescimento de 1,8% em relação a abril.

A grande diferença foi observada no varejo ampliado, que inclui veículos e materiais de construção. Enquanto em maio o setor havia recuado 2,8%, em junho subiu 13,8%, quase três vezes o crescimento do segundo colocado, Mato Grosso (4,8%), e mais de 30 vezes a média nacional (0,4%).

“O destaque foi a recuperação nas vendas de veículos, motos, partes e peças, que haviam sido fortemente impactadas em maio,” afirma Santos.

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Bruna Jureves

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