Integrantes do Ministério da Economia que participam da transição esperam manter parte do que consideram o legado de 4 anos de governo, como a redução de custos da máquina pública e a simplificação de regras que favorecem os investimentos privados.
O futuro governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), dividirá o Ministério da Economia em pelo menos 3 pastas: Fazenda, Planejamento e Indústria e Comércio.
Fernando Haddad, indicado por Lula como futuro ministro da Fazenda, reuniu-se com o ministro Paulo Guedes(Economia) e sua equipe no início da semana.
Se o Congresso aprovar a PEC para furar o teto com valor menor que R$ 100 bilhões, Lula terá derrota política, mas um governo melhor, tem dito o ministro Paulo Guedes para vários interlocutores. Com a redução do rombo, os juros poderiam cair e o país cresceria mais.
Risco de alta de imposto
A combinação de perspectiva de aumento de gastos e da intenção de fazer uma reforma tributária sugere que a carga de impostos será mais alta no governo Lula. Isso, na avaliação de integrantes da Economia, poderá resultar em menos dinheiro para as empresas investirem.
A expectativa no Ministério da Economia é de investimentos de R$ 900 bilhões do setor privado previstos para os próximos 10 anos. A atual equipe econômica considera que esse seria o patamar mínimo caso fosse mantido o cenário fiscal atual. Se houver melhora, sobe. Se houver piora, cai.
Haddad é considerado uma pessoa afável nos encontros, com grande disposição para ouvir. Há ressalvas de alguns interlocutores pelo fato de ser advogado, não economista, o que dificulta algumas discussões mais técnicas.
O indicado por Lula para ser o ministro da Fazenda se mostrou positivamente surpreso com a presença de tantos funcionários de carreira na última reunião.
O contraste de Haddad com Aloizio Mercadante, indicado para presidir o BNDES, é o que mais importa para os integrantes da equipe da Economia ouvidos. Mercadante fez críticas contundentes à atual gestão.
Análise
O pragmatismo de quem está de saída e quem está para entrar no comando da economia poderá aumentar a eficiência desse processo.
Talvez seja a área do governo que tenha menos arestas na transição. Caso isso se confirme, será uma boa notícia. O oposto do que se espera a partir dos embates entre Mercadante e a atual equipe.
Redação Mov News
Equipe de jornalismo do MovNews