Dólar dispara e eleva preço dos alimentos e do combustível

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Preço dos alimentos da cesta básica pode ficar mais barato no ES - Foto: Geraldo Magela - Agência Senado

O petróleo, os produtos agrícolas e os bens importados foram os mais afetados com o aumento do dólar. O preço da moeda americana disparou em junho, pressionando ainda mais a inflação, que acumula alta de 11,73% nos últimos 12 meses.

Até o momento, o dólar subiu 8,4% em junho e tem variado em torno de R$ 5,15, o maior patamar desde fevereiro. Nesta segunda-feira (20), o dólar fechou em alta (0,85%), sendo negociado a R$ 5,18, e, nesta terça-feira (21), recuou 0,63%, a R$ 5,15.

Para o economista do Índice de Preços ao Consumidor da FGV, André Braz, o dólar pressiona os alimentos de duas maneiras. “As commodities, cotadas em dólar no mercado internacional, podem subir porque a nossa moeda desvalorizou ou porque o preço avançou. Os dois fenômenos, inclusive, podem acontecer ao mesmo tempo”, explica.

“Já o trigo, a soja e o milho, por exemplo, são alimentos com preços estabelecidos internacionalmente. Não importa que o Brasil é um dos maiores produtores desses grãos. Então, se o Real desvaloriza e segue desvalorizado, isso acaba encarecendo toda a família de derivados. A ração dos animais que a gente consome leva esses grãos. Suínos, bovinos e aves têm custo de criação aumentado”, reforça.

O trigo, que teve uma queda na oferta, também fica mais caro quando o dólar sobe. “A guerra entre Rússia e Ucrânia gerou uma dificuldade de escoamento desse produto. Então subiu muito o preço do trigo e todos os seus derivados, como pão, biscoito macarrão, ente outros”, afirma Braz, que vai além.

A desvalorização do real em relação ao dólar beneficia a exportação, o que também colabora para o aumento de preços.

“Com a nossa moeda mais barata, o Brasil passa a exportar muito a mais. Isso é bom para a balança comercial, mas é um desafio a mais para a inflação. À medida que a gente exporta, falta para o mercado doméstico. A carne bovina é um exemplo disso, ela subiu muito de preço tanto para a China quanto para a gente, mesmo o Brasil tendo o segundo maior rebanho de bovinos do mundo”, explica André Braz.

 

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Redação Mov News

Equipe de jornalismo do MovNews

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