O delegado da Receita Federal no Espírito Santo, Eduardo Augusto Roelke, disse em entrevista ao site MovNews que pode haver mais postos de combustíveis com gasolina adulterada no Espírito Santo.
De acordo com o delegado, foi a Receita Federal que ofereceu o suporte logístico e de informações para que a Polícia Federal (PF) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) pudessem aprofundar as investigações e chegar aos estelionatários.
“A Receita contribuiu com informações fiscais sobre empresas de dentro e de fora do Espírito Santo. O cruzamento dos dados levou à prisão dos investigados, muitos deles contratados para atuar como laranjas”, afirmou.
Como as investigações e o cruzamento dos dados continuam, o delegado Eduardo Augusto Roelke disse que outros postos podem estar envolvidos no esquema apontado como devastador para o consumidor.
“Com a gasolina cara, o consumidor ainda tem que arcar com os problemas causados pelo combustível ruim, misturado à produtos nocivos ao veículo, ao meio ambiente e ao próprio ser humano”, afirma o delegado.
Ainda de acordo com o delegado, o prejuízo aos cofres públicos é maior no acumulado das fraudes. “Temos um trabalho de acompanhamento desses crimes. Há registros em outros anos de apreensão de combustíveis e postos lacrados. Por isso a atuação precisa ser constante”, revelou.
O caso
A organização criminosa responsável pelo esquema de adulteração de combustíveis no Espírito Santo, descoberta pela Polícia Federal, era comandada da prisão por um homem apontado pela polícia como um dos milicianos mais famosos do Rio de Janeiro.
Denilson Silva Pessanha, mais conhecido como “Maninho do Posto” ou “Barão do Petróleo”, está preso desde 2020. Na ocasião, ele foi detido na Praia da Costa, em Vila Velha, e depois transferido para o Rio.
O suspeito já foi vereador na cidade de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e teria fugido para o Espírito Santo, por ser procurado no Rio de Janeiro por furtar combustível de dutos da Petrobras.
De acordo com as investigações da Polícia Federal, mesmo preso, o Barão do Petróleo continuava chefiando a quadrilha suspeita de adulterar combustíveis no Espírito Santo.