Sabe aquela ligação elétrica clandestina, quando o cidadão furta energia, também conhecido como “gato”? É mais comum do que se imagina. Somente de janeiro a junho deste ano, a EDP, empresa que administra o abastecimento elétrico em 70 dos 78 municípios do Espírito Santo, identificou nada mais, nada menos que mais de 22 mil “gatos”, instalados em residências, empresas e comércios.
A descoberta é feita de forma digital, através de algoritmos. Se uma determinada residência, ou empresa tem uma média de consumo mensal, e depois diminui, o sistema avisa que há algo de errado ali. Técnicos são enviados ao local para verificar e constatar tal irregularidade.
E se existe o “gato”, ninguém paga pela energia furtada. De acordo com a EDP, estas 22 mil ligações clandestinas geraria energia suficiente para abastecer uma cidade como Santa Teresa, na Região Serrana por um ano inteiro. E os técnicos da empresa encontram estes furtos nos mais variados locais. Casas, comércios, empresas de pequenos e grandes portes.


Gato em bar
Na última quarta-feira (9), a Polícia Civil, juntamente com técnicos da EDP realizaram uma inspeção em um bar, no bairro Santa Mônica, em Vila Velha. Durante a vistoria, os peritos descobriram desvios de energia, o que configura um caso de furto, ou seja, parte da energia consumida não estava sendo devidamente paga.
Estima-se que o desvio seja de 3MWh/mês, o que pode resultar em um valor a ser cobrado de mais de R$ 10 mil. A equipe da EDP substituiu o medidor e regularizou a instalação. O proprietário do estabelecimento foi autuado em flagrante e conduzido à delegacia pela equipe de policiais civis da Divisão Especializada de Repressão aos Crimes Contra o Patrimônio de Vitória, onde responderá pelo crime de furto de energia. Ele pagou fiança de R$ 3 mil.
Gato em motel
Em Ibatiba, na Região do Caparaó, o proprietário de um motel foi autuado por furtar energia, em fevereiro deste ano. A ação desenvolvida pela PC e a EDP, identificou violações no padrão de energia do estabelecimento.
Além do processo criminal, o proprietário do local arcará com a cobrança de toda energia não faturada durante o período da irregularidade e o custo administrativo, conforme a regra da resolução da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Furtar energia elétrica é crime e dá cadeia
Lembrando que furtar energia elétrica é crime e está previsto no Código Penal. E não faltam opções para o delegado indiciar quem faz o chamado “gato”. O cidadão pode ser indiciado pelo artigo 171, que é o famoso estelionato, ou pelo 155, que é o crime de furto.
A pena para esses crimes é de um a quatro anos de reclusão. Quando a fraude ou o furto são descobertos, o responsável pode ter o seu fornecimento de energia suspenso, e responder judicialmente pelo crime cometido. Além de poder causar a queda do fornecimento de energia em certas regiões.
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