O clima de tensão e incerteza que moradores e comerciantes da região do Bairro da Penha vivem nos últimos dias, é um problema antigo. Conviver em meio ao medo, tiroteios, e com a polícia em cada esquina faz parte da rotina de quem vive na região.
Desde a última quinta-feira (6), quando um homem identificado como Luciano da Silva Pereira, atirou em uma base da Polícia Militar e atingiu um sargento da PM no braço, o clima ficou complicado na região. Após atirar no policial, várias equipes da polícia ocuparam o morro. Criminosos então executaram Luciano, porque a atitude dele teria levado muitos policiais para a comunidade.
Neste último final de semana, dois homens ligados ao tráfico de drogas morreram em confrontos com a polícia, o que deixou a situação na região ainda mais instável. Pela escadaria do trabalhador, um dos pontos de tráfico mais movimentados, policiais relataram que encontraram barricadas para impedir o avanço dos militares.


Em entrevista coletiva para a imprensa, o secretário de segurança pública, coronel Alexandre Ramalho, disse que para minimizar os problemas vividos por quem vive na região é necessário unir forças com outros órgãos, como o Ministério Público:
“Precisamos de todo apoio do Ministério Público e do Poder Judiciário. Precisamos de mandados de busca e apreensão e de mandados de prisão. Precisamos entrar nesse morro para retirar armas de fogo e retirar indivíduos que trazem transtorno para toda a sociedade capixaba”.
“É a dura realidade do tráfico. Fazemos a nossa parte, trabalhando muito. Estaremos partindo sempre para cima de criminosos, principalmente traficantes e homicidas que aterrorizam as comunidades em vulnerabilidade social”, finalizou o secretário.
Mas porque toda vez que acontece alguma operação na região, as forças de segurança têm atenção redobrada?
É no Bairro da Penha que nasce uma das primeiras facções criminosas do Espírito Santo. Com ramificações em quase todos municípios do Estado, o grupo controla vários pontos de venda de drogas, e para isto, teve que usar de violência, ameaças e mortes.
Quem é marujo
É do Bairro da Penha também o criminoso capixaba mais procurado. Fernando Moraes Pereira Pimenta, conhecido como “Marujo”, de 30 anos, é apontado pela Polícia Civil (PC) como líder da organização criminosa Primeiro Comando de Vitória (PCV).


Entre as diversas informações já divulgadas pela Polícia Civil, Marujo é descrito como um criminoso perigoso, com uma longa ficha criminal. Diversas operações foram realizadas no ES e também no Rio de Janeiro para prendê-lo, mas em sucesso.
Ele é considerado foragido desde 2017 e tem, pelo menos, cinco mandados de prisão em aberto com delitos diversos: homicídio qualificado, tráfico de drogas, associação ao tráfico e organização criminosa.
No dia 10 de outubro do ano passado, Jonathan Candida Cardoso, foi morto em um confronto com a Polícia Militar no bairro Bonfim, em Vitória. Segundo informações do serviço de inteligência, o rapaz era conhecido como “faixa preta”, com a função de realizar a segurança de Fernando Moraes Ferreira Pimenta, o “Marujo”, chefe e responsável pelos ataques do Primeiro Comando de Vitória (PCV).
Jonathan possuía um mandado de prisão por tráfico de drogas. Após a morte do segurança, pelo menos oito ônibus foram incendiados, apedrejados, ou metralhados.
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