Além das cores do arco-íris: Dia do Orgulho LGBTQIA+ é símbolo de luta e conquista

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Bandeira (LGTB) é hasteada na Embaixada do Reino Unido para marcar o Dia Internacional contra a Homofobia e Transfobia, celebrado neste sábado (17) (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

No dia 28 de junho, pessoas ao redor do mundo se unem para celebrar o Dia do Orgulho LGBTQIA+. Essa data é uma oportunidade de honrar as conquistas, lutar contra a discriminação e reafirmar o direito de amar e ser quem é, independentemente da orientação sexual ou identidade de gênero. A comunidade LGBTQIA+ está repleta de vozes brilhantes cheias de experiências, desafios e visões sobre o significado desse dia tão importante.

Diego Herzog Peruch é coordenador do Grupo Orgulho, Liberdade e Dignidade (Gold), fundado em 2005 em Colatina, e atualmente com sede em Vitória. A Gold promove e apoia pessoas da comunidade LGBTQIA+ por meio de diversos projetos.

“A instituição desenvolve projetos voltados para a população LGBTQIA+, com foco nos direitos humanos. Um dos projetos em andamento é chamado ‘Respeita a Minha Identidade’, em parceria com outras instituições, que auxilia pessoas trans na retificação de documentos”, explica.

Além disso, oferecem atendimento psicológico e arteterapia ao grupo, e planejam a implementação de novos projetos este ano. Apesar das conquistas alcançadas, o presidente ressalta que ainda há muito a ser conquistado em prol da diversidade.

“Embora tenham ocorrido algumas conquistas ao longo dos anos, ainda há muito a ser feito. A legislação federal em proteção aos direitos das pessoas LGBTQIA+ é inexistente, e atualmente há projetos que buscam restringir esses direitos, especialmente para a população trans. Conquistas importantes, como a criminalização da LGBTIfobia, o direito ao casamento homoafetivo, a adoção de crianças e a doação de sangue, foram alcançadas por decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), mas são frágeis por não serem leis e estarem sujeitas a alterações. Portanto, a luta diária é necessária para manter esses direitos”, relata.

Diego Herzog Peruch, coordenador do Grupo Orgulho, Liberdade e Dignidade (Gold). Foto: arquivo pessoal

Apoio familiar fez a diferença 

Esoj Lopes conta que, mesmo vindo de uma família tradicional, foi acolhido e recebeu apoio incondicional ao se assumir gay. Ele enfatiza a importância desse suporte familiar, que foi fundamental para sua jornada de aceitação e autoconfiança.

“Desde que me entendo por gente, eu me descobri gay. Essa descoberta faz parte de quem eu sou e não foi influenciada por nada externo. Simplesmente nasci assim. Apesar de vir de uma família tradicional, nunca sofri preconceito por parte deles. Pelo contrário, sempre recebi apoio e suporte incondicionais. No ambiente de trabalho e nas minhas relações sociais, ser gay nunca foi um problema”, conta.

Mas ele explica que durante a adolescência enfrentou momentos difíceis, sofreu bullying e vivenciou o medo relacionado ao preconceito. No entanto, aos 33 anos, destaca que conseguiu desenvolver uma postura mais assertiva para lidar com essas situações.

“Eu escuto muitas falas preconceituosas de pessoas que costumam dizer que eu não pareço gay, mas isso não é correto. Eu sempre digo que cada um deve ser da forma que é, e pronto”, afirma.

Esoj Lopes, empreendedor. Foto: arquivo pessoal

Respeito e inclusão 

Albert Alves de Oliveira, empresário do ramo de bares, enfatiza que vê o dia 28 como uma oportunidade crucial para combater o preconceito e promover o respeito em relação à comunidade LGBTQIA+. Ele reconhece a importância dessa data como um momento de conscientização e reflexão sobre os direitos e desafios enfrentados por essa comunidade.

“Este dia é de extrema importância para nós, pois representa um aumento significativo na representatividade LGBTQIA+. Além disso, destaca-se a questão fundamental do respeito. Nós demonstramos à sociedade e às empresas que todos merecem ter seu espaço respeitado. Isso é de suma importância, pois nos permite estabelecer metas de vida e de carreira sem a preocupação de sermos discriminados ou excluídos”, diz.

Albert Alves de Oliveira, empresário no ramo de bares. Foto: arquivo pessoal

Orgulho e amor ao próximo 

A cantora e compositora Shay Carvalho considera como sua maior conquista ter a coragem de se expressar abertamente sobre sua sexualidade, além de ser uma fonte de apoio para amigos que enfrentam desafios semelhantes aos que ela superou. Ela conta que aos 17 anos foi “empurrada do armário” e agora é capaz de oferecer suporte e orientação para aqueles que estão passando por situações semelhantes. Shay defende que a liberdade e o respeito são os pilares fundamentais para uma sociedade mais inclusiva e igualitária.

“Nossa luta é pela liberdade de amar e viver sem medo. Queremos os mesmos direitos e respeito que casais heteros têm. Não se trata de tirar direitos de ninguém, mas de ter nossos direitos garantidos e sermos respeitados. Ao longo dos anos, vimos a sigla GLS se expandir para LGBTQIA+ e acolher todos que se sentiam diferentes e excluídos pela sociedade. Juntos, de mãos dadas, podemos ir muito mais longe e conquistar um futuro mais inclusivo e igualitário”, diz.

Shay Carvalho, cantora e compositora. Foto: arquivo pessoal

A comunidade LGBTQIA+ faz questão de afirmar que o Dia do Orgulho não se resume a apenas um dia. Para eles a luta por direitos, inclusão e respeito é constante. A discriminação e o preconceito ainda persistem, assim como a busca por uma sociedade mais igualitária e justa, onde todas as pessoas possam viver autenticamente, sem medo de serem quem são.

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Bruna Jureves

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