Um relatório elaborado pelo Centro de Apoio Operacional Cível e de Defesa da Cidadania (CACC) do Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES) revelou o impacto da Covid-19 nas Instituições de Longa Permanência de Idosos (ILPIs) localizadas em território capixaba, desde o início da pandemia, em 2020. Em três anos, foram verificados 1.720 diagnósticos da doença entre os idosos residentes e 1.268 entre os trabalhadores desses serviços, totalizando 2.988 casos, e 170 óbitos de residentes, até abril de 2023.
De acordo com o MPES, o CACC passou a fazer o acompanhamento em abril de 2020, logo após a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciar a disseminação da Covid-19 como uma pandemia, em março daquele ano. Nesse período, foram monitoradas 101 instituições, que cobrem 47,43% do território estadual, sendo 4 serviços públicos, 35 beneficentes e 62 particulares. No início deste mês, depois de o CACC finalizar o relatório de três anos, a OMS divulgou que a Covid-19 deixou de representar uma emergência de saúde global.
O relatório mostra que o ano de 2022 contabilizou o maior número de casos de Covid-19 entre os idosos residentes, com 713 casos, superando 2020, ano do início da pandemia, quando foram verificados 623 casos. Em 2022 também foram registrados mais casos de contaminações entre trabalhadores das instituições: 487. Já em 2020 houve maior registro de óbitos de residentes das ILPIs, 105 casos.
Cidades
Em relação aos dados mais recentes, o relatório do CACC informa que foram identificados 6 novos casos de Covid-19 entre os residentes, com uma evolução para óbito, e 2 novos casos entre os trabalhadores, no período de 13 de março de 2023 a 10 de abril. Os novos registros foram verificados em idosos de instituições de Vitória (4 casos), Serra (1) e Castelo (1).
Para realizar esse acompanhamento, desde 16 de abril de 2020, o CACC do MPES adota como solução tecnológica o questionário online de pesquisa, elaborado pela equipe do CACC com assessoria da Unidade de Inovação e Sustentabilidade do MPES (UIS/AGE), com dispensa do entrevistador diante das restrições e medidas de prevenções exigidas, especialmente, aos serviços assistenciais para pessoas com 60 anos ou mais.
Periodicidade
Segundo o MPES, durante a pandemia, a coleta de dados ocorreu com diferentes periodicidades, de acordo com as necessidades apresentadas em cada momento. No início do levantamento, em abril de 2020, o formulário era respondido duas vezes por semana, em razão de um período de maior desconhecimento sobre a doença e de maior necessidade de informar e estimular medidas de prevenção e cuidados com a saúde.
Com o avanço da vacinação e da divulgação de ações de prevenção e cuidados, a frequência tornou-se mensal a partir de janeiro de 2022, informou o órgão ministerial, o que não representa prejuízos à atuação de defesa dos direitos da pessoa idosa em situação de acolhimento institucional. Conforme o Ministério Público, no modelo vigente, as instituições reportam ao CACC os casos registrados nos 30 dias anteriores ao preenchimento do formulário.
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