Muita gente considera uma infecção corriqueira, mas a verdade é que a dengue volta com força total a cada verão, tem formas graves e precisa ser observada com cuidado. Pouco conhecida e ainda presente apenas nas redes privadas de vacinação, a vacina contra a doença previne infecções causadas pelos quatro sorotipos da dengue (DEN1, DEN2, DEN3 e DEN4). “As pessoas acham que dengue é uma coisa simples, mas é uma doença grave”, alerta a infectologista Ana Carolina D’Ettorres.
Segundo dados divulgados pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM), a eficácia na prevenção da doença é de 65,5%, de internação ultrapassa os 80% e na prevenção de dengue grave e hemorrágica chega a 93%. “É um recurso que está disponível e pode evitar formas graves. As pessoas devem consultar seu médico de confiança para avaliar se há indicação conforme o caso”, salienta Ana Carolina.
A vacina está licenciada para crianças a partir de 6 anos de idade, adolescentes e adultos até 45 anos e é recomendada para indivíduos previamente infectados por um dos vírus da dengue, os chamados soropositivos. Há, no entanto, contraindicações para pessoas imunodeprimidas, alergia grave a algum dos componentes da vacina, gestantes, lactantes e indivíduos sem contato prévio com o vírus da dengue (soronegativos). Três doses devem ser aplicadas com intervalo de seis meses.
“É preciso enfatizar que um especialista deve ser procurado antes de tomar a vacina. Ele é quem vai avaliar se há indicação para o paciente. Em pessoas vacinadas, não infectadas previamente, foi observado um risco maior de hospitalização e dengue com sinal de alarme. Preferencialmente, não se deve aplicar esse imunizante no mesmo momento em que outras vacinas são administradas.
Saúde coletiva
Doença infecciosa que causa grande impacto na saúde coletiva, a dengue é comum em países localizados nas regiões tropicais e subtropicais. Em todo o mundo, estima-se que ocorram cerca de 100 milhões de episódios da doença todos os anos, um cenário que leva a internações e óbitos. Os surtos de dengue costumam sobrecarregar os sistemas público e privado de saúde.
Existem quatro sorotipos do vírus (DEN1, DEN2, DEN3 e DEN4). A doença costuma apresentar período de incubação de quatro a dez dias, e pode ser assintomática ou causar um amplo espectro de quadros clínicos, desde formas pouco sintomáticas até quadros graves, com ou sem hemorragia.
O primeiro sintoma é, normalmente, a febre alta (39° a 40°C) de início súbito, que dura de dois a sete dias. A febre pode vir acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupção e prurido cutâneo. “É preciso ficar atento e levar a sério essa doença”, reforça a infectologista.
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