Só 12 municípios capixabas têm plano de mobilidade urbana

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Um levantamento de auditores de Controle Externo do Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo (TCE-ES) registrou 52 municípios capixabas com obrigação de elaborar um Plano de Mobilidade Urbana (PMU).

Desses 52, somente 12 já elaboraram o documento. Os outros 40 podem deixar de receber verbas federais para a mobilidade urbana caso não concluam os planos dentro do prazo previsto.

De acordo com a Lei nº 12.587/2012, nem todos os municípios precisam desenvolver o PMU. O trabalho é necessário para cidades integrantes de regiões metropolitanas com população total superior a 1 milhão de habitantes, cidades com mais de 20 mil habitantes, e cidades integrantes de áreas de interesse turístico e litorâneas

O prazo para a apresentação do PMU varia conforme o tipo de município. Aqueles com mais de 250 mil habitantes deveriam ter entregue o PMU até 12 de abril de 2022. Os demais podem entregar até 12 de abril de 2023.

Na Grande Vitória, por exemplo, Cariacica, Guarapari e Viana já concluíram o PMU. Vitória, Vila Velha e Serra deveriam ter concluído os trabalhos até abril deste ano. Já Fundão tem até abril do ano que vem para concluir a elaboração do plano.

Segundo o levantamento, Vitória, Vila Velha e Serra apresentaram um cronograma para elaboração do estudo, mas os cronogramas elaborados não respeitam o prazo para o envio do documento. Já Fundão sequer apresentou planejamento para a implementação do PMU.

Já as demais administrações municipais que precisam preparar o documento têm até o dia 12 de abril de 2023 para encaminhar o Plano de Mobilidade Urbana. Os municípios de Apiacá, Atílio Vivácqua, Divino de São Lourenço, Itaguaçu, Itarana, Jaguaré, Marilândia e Rio Novo do Sul, além de precisarem desenvolver o PMU precisam aprovar o Plano Diretor Municipal (PDM), considerado o fio condutor para os demais planejamentos territoriais. (Veja na lista abaixo a situação de cada município).

Em um segundo momento, em 2023, a equipe de auditores do Tribunal de Contas fará um novo acompanhamento, verificando o cumprimento, ou não, do cronograma de implementação do Plano de Mobilidade Urbana.

Perda de recursos

Encerrado o prazo estabelecido em lei, os municípios que não tenham aprovado o PMU apenas poderão solicitar e receber recursos federais destinados à mobilidade urbana caso sejam utilizados para a elaboração do próprio plano. Assim, vários municípios capixabas podem sofrer a restrição disposta na legislação, inclusive alguns da Grande Vitória, como Serra e Vila Velha.

Segundo o “Painel MDR – Carteira de Investimentos” do Ministério do Desenvolvimento Regional, os municípios em análise possuem 100 contratos firmados com o governo federal, especificamente com a Secretaria Nacional de Mobilidade e Desenvolvimento Regional e Urbano, totalizando R$ 85,32 milhões oriundos do Orçamento Geral da União. Nesse sentido, tem-se que o não desenvolvimento do PMU pode representar a consequente suspensão dos repasses federais destinados à mobilidade urbana.

Vulnerabilidade Fiscal dos Municípios

Uma vez que os municípios sem PMU podem deixar de receber verbas federais, a equipe do TCE-ES, com base em trabalho anterior desenvolvido por esta Corte de Contas, apontou  a vulnerabilidade fiscal dos municípios capixabas obrigados a implementar o PMU. “O trabalho buscou revelar até que ponto os municípios capixabas estão preparados, do posto de vista da robustez das finanças municipais, para lidar com riscos, caso eles ocorram”, apresentou o relatório.

Neste sentido, observou-se, especificamente com relação aos municípios obrigados a elaborar o PMU, que 21 deles estão classificados como média ou alta vulnerabilidade fiscal. São eles: Guaçuí, Itapemirim, Mimoso do Sul, São Gabriel da Palha, São Mateus, Sooretama, Anchieta, Barra de São Francisco, Fundão, Marataízes, Pancas, Pinheiros, Viana, Vitória, Alegre, Colatina, Iúna, Linhares, Nova Venécia, Serra e Conceição do Castelo – sendo que Guaçuí é classificado como sendo de alta vulnerabilidade fiscal.

Decisão

A relatora do processo, a conselheira substituta Márcia Jaccoud Freitas, acolheu todas as recomendações da área técnica e determinou o encaminhamento do alerta a todas as administrações municipais analisadas. O  processo foi julgado na sessão virtual do Plenário do dia 1º de dezembro, e o encaminhamento também foi aprovado pelos demais conselheiros do TCE-ES.

Fonte: TCEES

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Alexandre Damazio

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