Um grupo de cientistas do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) e outras instituições criou um dispositivo doméstico sem fio que monitora o movimento e a velocidade de pacientes diagnosticados com Parkinson enquanto eles andam, para avaliar a progressão da doença, a gravidade e a resposta daquela pessoa à medicação.
Na última estimativa da OMS (Organização Mundial da Saúde), a doença de Parkinson atinge cerca de 8 milhões de pessoas no mundo. No Brasil, em torno de 200 mil pessoas convivem com a doença.
Os pesquisadores explicam que, geralmente, os pacientes testam suas habilidades motoras e funções cognitivas em consultas clínicas. Porém, essas medidas podem ser distorcidas por fatores externos, como o cansaço após uma longa viagem, já que mais de 40% dos indivíduos com Parkinson nunca são tratados por um neurologista ou especialista na doença, por exemplo, porque moram muito longe de um centro urbano.
“Ter um aparelho em casa que pode monitorar um paciente e informar ao médico remotamente sobre a progressão da doença e a resposta à medicação do paciente, para que ele possa atendê-lo mesmo que ele não vá à clínica — agora eles têm informações reais e confiáveis —, realmente contribui muito para melhorar a equidade e o acesso”, diz em comunicado a autora sênior da pesquisa, Dina Katabi.
Segundo o R7, a tecnologia usa sinais de rádio que refletem no corpo do paciente enquanto ele se move pela casa e coleta os dados instantaneamente, e não há necessidade de dispositivos portáteis em alguma parte do corpo. Além disso, também não interfere em outros itens sem fio da casa, como o roteador wi-fi.
O paciente se torna um radar humano, já que o dispositivo sem fio funciona o dia todo e rastreia cada movimento da pessoa. Por meio de um algoritmo, a tecnologia capta mais de 200 mil medições e diferencia o paciente das outras pessoas que se movem no mesmo cômodo.
Os cientistas realizaram os testes do estudo com 50 participantes, dos quais 34 tinham Parkinson. Por dois meses, os dados foram coletados e enviados.
A partir de métodos estatísticos, os pesquisadores descobriram que a velocidade de marcha (caminhada) dos pacientes diagnosticados com a doença diminuiu duas vezes mais rápido quando comparada àqueles sem o mal de Parkinson.
“Monitorar o paciente continuamente enquanto ele se move pela sala nos permitiu obter medições realmente boas de sua velocidade de marcha. E com tantos dados, conseguimos realizar uma agregação que nos permitiu ver diferenças muito pequenas”, diz o coautor do estudo, Guo Zhang.
Redação Mov News
Equipe de jornalismo do MovNews