Esperar por um ônibus na Região 5 de Vila Velha se tornou um grande desafio para os passageiros. O motivo? Depende de como estiver o tempo no dia. Se estiver bom é sol na cabeça. Se estiver chovendo é água no corpo todo.
A equipe do MovNews percorreu diversas ruas locais e encontrou a ausência de abrigos em vários pontos de ônibus.
Era comum ver pessoas se escondendo do sol. Além de ter que conviver com a poeira por conta de ruas sem asfalto, a população tem que dar um “jeitinho” para não se complicar.
“Fico aqui do outro lado da rua pois tem essa marquise que dá uma sombrinha”, justificou o estoquista Héber Alves, se referindo estar do lado oposto da avenida Atlântica, em Barramares, onde passa a linha 616, que liga Morada da Barra até o Terminal de Vila Velha.
Com o sol à pino, por volta do meio-dia, fica praticamente impossível aguardar o coletivo no ponto sem abrigo. “Sem condições ficar em pé debaixo desse sol escaldante. Se o ponto tivesse cobertura, daria para aguardar o coletivo na sombra”, disse o morador do bairro.


Em um ponto do bairro João Goulart, que não tinha a placa de identificação, a dona de casa Núbia comentou. “Ainda bem que a maioria dos motoristas já sabe”.
Ao ser perguntada sobre aqueles que ainda não conhecem direito a região, ela falou qual é a solução para reconhecer onde fica o ponto ônibus. “Na hora de descer, os passageiros que estão no ônibus acabam avisando o local correto para a pessoa que não mora aqui”, relatou.
Sobre esperar a condução, a mulher disse que o jeito é ficar no tempo. “Ficar tomando sol até que dá para se safar, pois a gente arruma uma sombra. Mas fica pior quando chove. Se for de vento então, não tem guarda-chuva que dê jeito”, informou a moradora que também falou do tempo de espera dos ônibus. “Demora muito. Isso acontece praticamente todos os dias”, reclamou.


Uma mulher que não quis se identificar, falou sobre o problema. “Isso é um absurdo! Aqui mora gente. Merecemos cuidado, atenção e dignidade”.
Placa quebrada
Quem estava muito indignada era Gleide Alves. Moradora de Jabaeté, a aposentada estava aguardando o coletivo da linha 654 (Lagoa de Jabaeté x Terminal de Itaparica) na Avenida Vasco Alves. No local, não tinha abrigo e a placa indicando o ponto estava quebrada e fora da posição.
“É o jeito. Ninguém enxerga que estamos sem abrigo. É isso que você está vendo aí. Tomamos sol ou chuva e ninguém toma uma providência”.


Improviso
Quando não tem abrigo, o jeito é improvisar. Em uma rua de Barramares a nossa equipe flagrou um “puxadinho”. Verônica Santos, que aguardava no ponto no momento em que a nossa equipe fazia reportagem, disse que pelo menos o “abrigo” servia de quebra-galho para os passageiros. “Pelo menos dá para fugir do sol um pouco. E dependendo, da chuva, dá para não tomar água na cabeça”.
Sobre a situação, a mulher concluiu: “Isso é descaso desses políticos com a população”.
O único local na região, em que a nossa equipe de reportagem encontrou abrigo para passageiros, foi nos dois sentidos ao longo da Rodovia do Sol. Entramos em contato com a Prefeitura de Vila Velha para falar sobre o problema, mas até a publicação dessa reportagem, não tivemos nenhum retorno.