O ônibus do sistema Transcol incendiado no inicio da manhã desta terça-feira (12), é apenas mais um nesta triste estatística. Incendiar transporte coletivo é um modo que criminosos encontraram para desafiar o Estado, as forças policiais e tentar impor medo na comunidade.
Este último caso aconteceu em Nova Carapina 2, na Serra. Um homem entrou no coletivo com um galão de combustível e ordenou que todos saíssem. Os passageiros desembarcaram, o criminoso espalhou combustível e ateou fogo no ônibus.
Quando o Corpo de Bombeiros chegou ao local, o ônibus ainda estava em chamas. (Assista ao vídeo).
A PM e a guarda do município ocuparam o bairro, realizaram buscas, mas o suspeito de incendiar o coletivo não foi localizado. Este não é um fato isolado.
Relembre outros casos
Na madrugada do dia 29 de junho, em Cobi de baixo, Vila Velha, criminosos incendiaram três ônibus. Dois dos coletivos estavam com passageiros e a ação é sempre igual. Os suspeitos embarcam, ordenam que os ocupantes desçam e ateiam fogo. As chamas foram controladas pelo Corpo de Bombeiros, mas os veículos ficaram completamente destruídos.
Segundo testemunhas, os ônibus foram incendiados em retaliação a uma ação da guarda do município que acabou vitimando um jovem de 18 anos. Durante dois dias, a região viveu momentos de terror. Ruas ficaram fechadas e tiros foram disparos para o alto na tentativa de impor medo na comunidade. (Confira no vídeo).
Em abril não foi diferente e desta vez, no bairro Divino Espírito Santo, no município canela verde. Um ônibus foi incendiado na mesma rua onde um jovem foi assassinado com pelo menos 40 tiros. O ônibus fazia a linha 610, seguia para o terminal quando foi interceptado pelos criminosos. A PM e a guarda municipal agiram rápido e um dos suspeitos foi detido.
Prejuízo para as empresas
O GVbus diz que o prejuízo recai sobre todo o sistema e também na população. Embora haja ônibus reservas, outros precisam ser adquiridos para substituição, e que este tramite demora em média três meses. Nos últimos 3 anos foram mais de R$ 13 milhões de prejuízo.


E a população?
É a que mais sofre as consequências. Quando um coletivo é incendiado, os profissionais acabam ficando receosos de circularem nestes bairros, então acabam mudando o itinerário ou simplesmente param de rodar, alegando insegurança. E não é pra menos, afinal de contas, a maioria dos motoristas afirma que recebem ameaças quando acontece este tipo de crime.
Sem a circulação de ônibus, o morador não consegue ir ao trabalho, buscar o filho ou levar um familiar ao médico, como é o caso de um morador de Barramares, em Vila Velha, que viveu a mesma situação quando um coletivo foi incendiado e os ônibus pararam de ir até o bairro. “Precisava levar meu pai para o PA, mas não tinha ônibus”, conta ele, que preferiu não se identificar.
Em todos os casos citados na reportagem, a PM reforçou a segurança nos locais, garantindo o retorno da circulação dos coletivos.