O árbitro Igor Benevenuto, membro do quadro da Fifa, assumiu ser homossexual no podcast do “ge”, “Nos Armários dos Vestiários”. Ele afirmou que passou a vida “sacrificando” quem ele era com medo da homofobia e do preconceito no meio do futebol.
Igor reforçou que por esse motivo cresceu odiando o futebol, mas acabou precisando criar um personagem para ser aceito.
“O futebol é um esporte que eu cresci odiando profundamente. Não suportava o ambiente, o machismo e o preconceito disfarçado de piada. Para sobreviver na rodinha de moleques que viviam no terrão jogando bola, montei um personagem, uma versão engessada de mim. Futebol era coisa de ‘homem’, e desde cedo eu já sabia que era gay. Não havia lugar mais perfeito para esconder a minha sexualidade. Mas jogar não era uma opção duradoura, então fui para o único caminho possível: me tornei árbitro”, disse ele, que emendou:
“Tenho 41 anos, 23 deles dedicados ao apito. Até hoje, nunca havia sido eu de verdade. Os gays costumam não ser eles mesmos. Limitando nossas atitudes para não desapontar a expectativa do mundo hétero. Passei minha vida sacrificando o que sou para me proteger da violência física e emocional da homofobia. E fui parar em um dos espaços mais hostis para um homossexual. Era por saber disso que eu odiava o futebol”.
De acordo com o portal Terra, Igor disse que escondeu a homossexualidade por muito tempo por causa da igreja que frequentava.
“Por um tempo, acreditei que havia algo de muito errado comigo, porque, apesar de respeitar a igreja, essa doutrina falhava miseravelmente com o que eu sentia”, disse.