O dono da fábrica clandestina de anabolizantes fechada na última sexta-feira (24) pela Polícia Civil (PC), em Vila Velha, não tinha especialização em química ou em farmácia. A informação é do delegado Tarcísio Otoni, do Departamento Especializado em Narcóticos (Denarc), responsável pela operação da última semana.
“Ele manipulava sem qualquer farmacêutico ou supervisão da Vigilância Sanitária. Ele fazia com o conhecimento adquirido na internet, colocando ainda mais em risco a saúde das pessoas que adquiriam esses anabolizantes”, disse o delgado.
O preso, um empresário de 29 anos, dono de uma loja de suplementos e que não teve o nome divulgado, fabricava e vendia o material para todo o país, por meio das redes sociais. Segundo os investigadores, mesmo sozinho, ele atuava há pelo menos cinco anos importando, manipulando e vendendo produtos.
No laboratório foram apreendidos maquinário, insumos, balança de precisão, bomba de vácuo, comprimidos, muitas ampolas de anabolizantes e diversos outros equipamentos utilizados na produção das substâncias, além de arma de fogo e munição.
De acordo com o Otoni, trata-se de crime contra a saúde pública com motivação financeira.
“O laboratório estava bem montado e tinha aparência de laboratório, com tubos de ensaio, maquinários de esterilização, mas não tem formação e nem tinha o material necessário para fazer os produtos de forma que não colocasse em risco a vida da população.
Polícia fecha fábrica clandestina de anabolizante na Grande Vitória
Agora, os investigadores vão em busca de identificar o patrimônio construído pelo homem, um “entusiasta da atividade de musculação”, com a prática ilegal. Segundo o titular do Denarc, o próprio investigado fazia uso dos produtos que fabricava.
“Ele tem uma loja de suplementos e faz uso desses anabolizantes e, com esse conhecimento nas academias e vida de suplementos, passou a vender anabolizantes para os seus conhecidos”.
Cada ampola dos anabolizantes era vendida sem precrição médico e com valores entre R$ 300 e R$ 350, segundo a investigação. Tamém delegada do Denarc, Larissa Lacerda explicou que o criminoso também prescrevia medicamentos, como estratégia para reverter os efeitos colaterais dos esteróides.
“Remédio para impotência sexual, para câncer de mama, porque o anabolizante pode gerar mamas em homens, e outros medicamentos que eram prescritos somente por médicos”, contou a delegada, acrescentando ainda que toda a matéria-prima das substâncias não tinha procedência atestada e tudo era manipulado em desacordo com as regras da Vigilância Sanitária.
Redação Mov News
Equipe de jornalismo do MovNews