A reportagem do MovNews fez um levantamento sobre os gastos com cargos comissionados dos 30 deputados que compõem a Assembleia Legislativa do Espírito Santo (ALES). Todos os dados foram coletados do Portal da Transparência. Os parlamentares puderam explicar qual a real importância deles para os seus respectivos mandatos.
O campeão de gastos com cargos comissionados é Marcelo Santos (Podemos). Anualmente, ele gera aos cofres públicos um custo de R$ 1.476.863,64. Através de sua assessoria, o parlamentar pontuou suas atribuições, fazendo necessário o número de seus 34 comissionados.
“O deputado estadual Marcelo Santos, desempenhando seu mandato parlamentar, destaca que todos os servidores ligados ao seu gabinete estão disponíveis no Portal de Transparência da Assembleia Legislativa e que, atualmente, é vice-presidente do Poder Legislativo do Espírito Santo, presidente das Comissões de Infraestrutura e de Petróleo e Gás, das CPI’s da Sonegação; das Licenças; e das Obras Públicas, vice-presidente da Comissão de Finanças e membro efetivo das Comissões de Constituição e Justiça e de Segurança e Combate ao Crime Organizado. Além disso, Marcelo Santos atua como presidente, vice ou membro efetivo de diversas frentes parlamentares”, diz a nota, que vai além.
“Dessa forma, o deputado tem uma série de atribuições regimentais a cumprir administrativamente na sede do Parlamento Capixaba e, para isso, conta com o auxílio de servidores no desempenho de tais atividades. Ainda, o parlamentar tem atuação em praticamente todos os municípios capixabas, com prestação de contas diariamente em suas redes sociais, promovendo reuniões localizadas, com moradores, prefeitos, secretários municipais, secretários de estado, com o governador do Estado e realizando entregas de equipamentos e investimentos necessários ao desenvolvimento dos municípios e na melhora da prestação de serviços ao capixaba”.
Em segundo lugar, com maior gasto, vem Rafael Favatto (Patriota). Ao todo, o parlamentar possui 30 cargos comissionados para atendê-lo, com um custo anual de R$ 1.422.182,04. Questionado sobre o tema, o deputado respondeu via assessoria que segue as normas da Ales.
“Redução de cargo não é uma prerrogativa exclusiva de um parlamentar. Lembrando que o Deputado Estadual é representante dos 78 municípios do Estado. Os 19 profissionais nomeados no gabinete estão de acordo com a resolução da Casa. Os cargos das comissões são de livre nomeação da Assembleia.”
No ranking dos gastos com os comissionados, o deputado Sergio Majeski (PSDB) é o que menos gera despesa. O parlamentar possui um custo anual de 436.634,28 com seu gabinete pessoal. Majeski ressaltou que é possível realizar o trabalho com uma diminuição dos custos.
“Optei por esse número reduzido de assessores porque vejo que é suficiente para fazer um bom trabalho. Além do mais, todos os políticos falam, normalmente, sobre o cuidado com o dinheiro público e que existe o desperdício. O político para falar isso tem que dar exemplo. Muitos dizem que vão economizar, mas não economizam. A conta é simples e não tem mistério. Enquanto cada deputado pode ter até 19 assessores, inclusive sem a necessidade de estarem na Assembleia, atualmente temos apenas oito e todos atuam em nosso gabinete diariamente. As outras despesas refletem o uso daquilo que é estritamente necessário. Queríamos ter a possibilidade de poder direcionar esse recurso economizado. Já apresentamos projeto dessa natureza, mas ainda está tramitando na Assembleia”, disse.
O parlamentar Renzo Vasconcelos (PSC) é o segundo que menos gasta. O deputado frisou que o baixo custo é uma dos pilares de seu mandato.
“Fazer mais com menos sempre foi uma máxima norteadora da minha atuação na vida privada. Aqui na vida pública essa máxima é um principio legalmente estabelecido, o da eficiência. Sempre busquei trabalhar em ambos os campos, público e privado, com a mesma seriedade e eficiência, fico feliz de ver esse trabalho, que é permanente, reconhecido. Creio que no cenário político atual a sociedade precisa e espera dos homens públicos essa postura para transformar a realidade do país”, disse.
