Com o objetivo de conscientizar a sociedade sobre educação ambiental, a página no Instagram @Um_so_planeta fez uma Live especial com a temática: “Soluções para a água na época dos Extremos Climáticos”, na tarde desta terça-feira (22) em comemoração do Dia Mundial da Água (22).
O perfil tem como objetivo promover práticas sustentáveis e enfrentar a crise climática. A live reforçou a importância de discutir a crise do clima e a crise hídrica. A mediadora foi Vanessa Barbosa. O encontro teve a participação de: Carlos Souza Jr (MapBiomas), Pedro Ribeiro (Redes de Inundações do C40 Cities), Marina Vieira (Iniciativa Verde – projeto Plantando Águas) e André Ferreti (Economia da Biodiversidade – Fundação Grupo Boticário).
Na oportunidade, os pesquisadores e palestrantes abordaram os riscos para a segurança hídrica e climática do Brasil e as oportunidades para melhorar a atual Lei de Águas do país, que completa 25 anos, com avanços e desafios a superar.
A legislação reforça a Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), a partir da qual foi criado o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (Singreh).
A Lei das Águas (Lei nº 9.433) surgiu em um contexto em que a água se torna cada vez mais escassa, com a preocupação de que a sua distribuição seja equitativa. O território brasileiro contém cerca de 12% de toda a água doce do planeta.
Uma pessoa que participava da live fez o seguinte comentário: “As águas do Brasil poderiam ter mais leis municipais, estaduais, regionais e nacionais para todo o sempre”.
Quantidade de Água
A água não chega para todos na mesma quantidade e regularidade. As diferenças geográficas de cada região e as mudanças de vazão dos rios causadas pelas variações climáticas ao longo do ano afetam a distribuição. Além disso, outro ponto é o uso indiscriminado tanto dos mananciais superficiais quanto dos subterrâneos.
Saneamento básico
Importante destacar que o crescimento da população concentrada em grandes metrópoles, principalmente no litoral do continente, gerou problemas de escassez localizada de água, agravados por sistemas de saneamento básico deficientes. Consequentemente, a falta de sistemas de coleta, tratamento e drenagem. Isso torna boa parte das águas impróprias para o uso humano.
“As cidades crescem e isso afeta principalmente o ecossistema. Tivemos também várias mudanças de paradigmas nas cidades. Precisamos reter as águas das chuvas, para assim evitar os alagamentos e as enchentes”, disse Pedro Ribeiro (Redes de Inundações do C40 Cities).
Crise Hídrica
Durante as apresentações, foram citados também os desafios depois da crise hídrica e diante das mudanças climáticas e a proteção desse recurso tão vital na vida dos seres humanos.
Em outra abordagem, Carlos Souza Jr (MapBiomas) mencionou como a crise climática impacta no bolso dos brasileiros: “Neste ano, o avanço do mar na foz do Rio Amazonas deixou o açaí salgado e prejudicou a principal fonte de renda de 58 comunidades ribeirinhas no Amapá, que somam 14 mil habitantes”, recorda Carlos.
Importante ressaltar também que não basta ter água em quantidade, também é preciso qualidade, além de um consumo consciente. Além disso, é essencial a eficiência no uso da água, tratamento de efluentes, proteção e recuperação de ecossistemas como florestas, montanhas, rios e aquíferos.
“Devemos sim ter um esforço coletivo, tanto do poder público, como sociedade e empresas, para desenvolver tecnologias de ponta e recursos necessários para minimizar o impacto da crise hídrica”, reconhece Carlos.
Curiosidades
Uma curiosidade: as reservas de água doce no mundo estão debaixo da terra e os rios são apenas uma pequena “torneirinha” perto do potencial das águas subterrâneas. Segundo um novo relatório da ONU, 99% da água doce do planeta está no subsolo.
Os chamados aquíferos permitem o fornecimento de água potável. O que muita gente não sabe é que o Brasil tem abundância deste recurso natural e possui os dois maiores aquíferos do mundo: o Amazonas e o Guarani.