quinta-feira, 28 de março de 2024
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Sexo, drogas e muito barulho no Centro de Vitória

Venda de drogas, sexo ao ar livre e muito barulho que acontecem em meio a aglomerações nas madrugadas de domingo. Estas são algumas das denúncias feitas pelos moradores de um dos edifícios residenciais na avenida Beira Mar, no Centro de Vitória. 

Há meses, um grupo de aproximadamente 300 pessoas tem se concentrado na Beira Mar, altura do Banco do Brasil localizado na praça Pio XII, no Centro de Vitória.

Acompanhados de carros de som, eles fazem uso de  bebidas e até de drogas entre os horários de 1 às 6 horas do domingo.

O problema tem incomodado os moradores que, mesmo solicitando a intervenção de autoridades, Disque-Silêncio e a Polícia Militar, não obtiveram êxito no encerramento das festas ilegais que acontecem na região. 

A moradora de um dos edifícios residenciais, Suriya Argolo, explica que do seu apartamento é possível ver todo o movimento, e que as pessoas começam a chegar próximo das 21 horas. É a partir das 22h30 quando o carro de som chega, que a multidão se intensifica.

 “A coisa pega geralmente depois de uma hora da manhã. É aí que fica insuportável. Um funk que só fala palavrão e ofende as mulheres, terrível mesmo e alto. Uma gritaria, correria pra lá e pra cá no meio da rua. Eu acho que além de bêbados, eles estão drogados. Para carro na frente do meu prédio para vender droga que eu já vi, ali é ponto de droga. Eles ficam entre os carros, urinando, defecando, se esfregando, beijando e transando, é uma loucura dá pra ver bem nítido de dentro do prédio”, explicou.

Suryia relata ainda que às 6 horas do domingo, o ponto de concentração da avenida Marechal Mascarenhas, que geralmente tem uma faixa fechada para que os moradores e transeuntes possam ter um momento de lazer, fica completamente sujo por consequência da aglomeração que ocorre durante a madrugada.

“De manhã a rua fica cheia de copos, latas, resto de droga, camisinha, urina e fezes. Aquilo ali está virando uma visão do inferno. A gente pede encarecidamente que as autoridades tomem ação. A Prefeitura já está fazendo algumas ações ali, a Polícia já foi algumas vezes, mas quando vão embora, eles fazem a baderna”, denunciou.

O pedido de Suryia pela ação das autoridades também é de outra moradora. A aposentada Rita de Cassia pede para que a Polícia Militar esteja presente durante toda a madrugada, pois geralmente o horário que eles permanecem não é o mesmo em que as festas acontecem. 

“Somos obrigados a conviver com isso porque a Polícia Militar não está nem aí. Telefonar para o Disque-Silêncio é o mesmo que nada porque eles funcionam até às 22 horas nunca vi isso na minha vida. A própria Polícia Militar responde para gente no telefone que eles já sabem do problema e não enviam nada, e, quando enviam, eles saem daqui, 1h e fica todo mundo ‘comportadinho’, ‘bonitinho’ e quando a polícia sai, o ‘pancadão’ começa”, relatou.

O que diz a associação de moradores do Centro

O presidente da Associação de Moradores do Centro de Vitória, Lino Feleti, explica que tem conhecimento da situação e que já conversou com o síndico de um dos edifícios localizados na região do problema.

Ele afirma que a situação do barulho, da aglomeração, bebidas e drogas é possibilitada pela existência de um bar no local, mas que o problema não está no estabelecimento, e, sim, no entorno dele. 

“Tem um bar que começou atraindo pessoas, a partir disso começou a chegar ambulante, aí colocavam o som individualmente e pronto. O que oportuniza esses acontecimentos é o bar que aberto até às 6 horas. Um bar não tem hora para fechar, não existe lei que diz que tem que fechar em determinado horário em Vitória, nós já procuramos para tentar identificar essa possibilidade, mas não tem”, relatou.

Lino ainda afirma que a associação esteve com as autoridades para solucionar o problema.

“Nós estivemos juntos com a Polícia Militar pedindo acompanhamentos para evitar qualquer possibilidade de crimes e delitos, nós fizemos reunião com a Primeira Companhia, conversamos com o secretário da área de Postura e pedimos a fiscalização por conta do barulho que incomoda os moradores”, completou.

O presidente afirmou também que algumas ações já estão sendo realizadas a partir desses encontros, mas ainda não são suficientes.  

“Nós temos quase toda noite a passagem e a parada da polícia e da guarda municipal, só que nós precisamos de uma outra posição do poder público para inibir a questão das caixinhas de som e controlar a questão do volume, isso a gente pediu também, mas não tem, é uma situação que falta”, acrescentou.

Para finalizar, o presidente explica o que será e pode ser feito para que o problema finalmente seja solucionado.

“O nosso próximo passo é reunir com o secretário de meio ambiente de Vitória para tratar a questão do barulho. É importante que cada morador faça a denúncia no 156 pedindo o Disque-Silêncio. Isso não tem como fazer de outra forma, pegar o protocolo e se não for atendido encaminhar esse protocolo para gente, porque nós estamos encaminhando essas demandas para cobrar”, finalizou. 

O que dizem a PM e a Prefeitura

Em nota, a Polícia Militar explicou que a responsabilidade é da prefeitura do município:

“A Polícia Militar informa que a responsabilidade por fiscalizar estabelecimentos comerciais, bem como fechar e autorizar o funcionamento é da Prefeitura. A PM atua sempre em apoio quando é solicitada pelo município”, afirmou.

A equipe do MovNews procurou a Secretaria de Meio Ambiente de Vitória para um posicionamento sobre a situação e a pasta se pronunciou em nota:

“A Prefeitura de Vitória informa que equipes de fiscais de Posturas e do Disque-Silêncio estiveram no local no último fim de semana. As equipes dispersaram os ambulantes e intimaram os estabelecimentos para que não fizessem festas no local.  A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (Semsu) informa que agentes de Proteção Comunitária acompanham e prestam apoio aos servidores da Semmam e da Sedec durante as ações de fiscalização e também vão monitorar essa situação”.

 

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