O Governo do Espírito Santo pretende iniciar a aplicação da terceira dose da vacina contra a Covid-19 em idosos a partir de setembro deste ano. A afirmação é do secretário da Saúde Nésio Fernandes, dada em entrevista coletiva nesta segunda-feira (23). A medida é considerada estratégica para conter casos de internações e óbitos na faixa etária. No entanto, ainda depende da decisão da disponibilidade vinda do Ministério da Saúde.
“O governo do ES irá trabalhar para garantir no mês de setembro a vacinação com a D3 para idosos. É oportuno que exista disponibilidade no MS. Não consideramos oportuno que a decisão seja protelada para outubro ou novembro. O governo irá atuar para isso junto ao MS“, afirma Nésio Fernandes.
A prioridade será dada para quem se vacinou com as duas doses há mais de seis meses. É justamente este público que representa o maior número de internações no Espírito Santo no momento, assim como o de pessoas a partir dos 40 anos. Fernandes explicou que maior parte de quem está hoje em leitos de hospitais escolheu não tomar vacina.
De acordo com o ministro Marcelo Queiroga, o Ministério da Saúde aguarda resultados de estudos clínicos para iniciar o reforço da vacinação e ainda não estipulou prazo. A princípio, todos os imunizantes poderiam ser utilizados nesta nova fase.
Outros lugares no mundo iniciaram o reforço, como Israel, Hungria, o Chile para vacina de dose única, a Rússia, República Dominicana, Uruguai, Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, França, Camboja e Indonésia.
D2 para acima de 40 anos
Durante a coletiva, Nésio informou que o Espírito Santo irá se mobilizar para aplicar a segunda dose às pessoas que tem 40 anos ou mais.
“O avanço da vacinação em D2 (segunda dose) para quem tem mais de 40 anos e de D3 (terceira dose), para mais de 60 anos, é importante para reduzir internações e óbitos. O Espírito Santo irá persistir nestas duas estratégias“, diz o secretário.
Vacinação em adolescentes
Segundo o secretário de Saúde, o começo da vacinação de adolescentes será estratégico para poder haver controle e redução da circulação do vírus. O público estaria suscetível e exposto ao vírus na medida que participa de atividades sociais.
A campanha deve ter a aplicação das doses em escolas, como forma de estabelecer acordo entre o Estado e as famílias.
Aumento de casos
Houve o início de um novo aumento de casos da doença, como aponta o painel Covid-19, em estabilidade. No total, o crescimento foi de 1,82% na média móvel de 14 dias. O subsecretário de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin, argumenta: “as equipes que atendem na unidade de saúde, ao perguntar se já está vacinada, se já teve Covid, acaba entendendo que não se trata de caso suspeito“. E orienta. “A unidade precisa estar atenta, observar, independente da gravidade, ele precisa ser encaminhado para testagem“.
Há uma previsão da Sesa para que se obtenha nos próximos dias um aumento de casos. Isso se deve a interação das pessoas, em meio a um cenário com variantes Delta e Gama, e a maior disponibilidade de testes de antígenos.
Nésio relata que em uma nova onda, dessa vez, pode ter um comportamento dissociado.
“Com o avanço da vacinação: aumento de casos, internações e óbitos passa a ser dissociada. Há aumento de casos, consistente estabilidade de internações e queda de óbitos“, comenta.
Vinicius Lodi
Equipe de jornalismo do MovNews