A terceira onda da Covid-19 pode se tornar uma realidade nos próximos nos próximos meses. Com a reabertura gradual em alguns estados, a população diminui os cuidados com os protocolos de saúde, o que ocasiona um aumento no número de casos. Desde a última semana de abril, a curva de casos é ascendente. Nesta quarta-feira (26), houve mais de 80 mil diagnósticos, segundo o Conselho Nacional de Secretários da Saúde (Conass).
A edição mais recente do Boletim InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz) alerta que muitos estados apresentam uma tendência de aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), principalmente devido à maior circulação do vírus da Covid-19.
Segundo a análise, oito das 27 unidades da Federação apresentam sinal de crescimento: Amazonas, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Paraná, Tocantins, Distrito Federal e Rio de Janeiro.
Já no grupo que inclui Espírito Santo, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe e São Paulo, as curvas, antes descendentes, estão se mantendo iguais e podem voltar a crescer nos próximos períodos.
A infectologista da Unimed Vitória Ana Carolina D’Ettorres ressalta que uma nova onda pode chegar em breve.
“A gente não sabe ao certo quando vai acontecer, pode ser em junho ou julho, mas essa previsão existe. A adesão às regras de distanciamento, o uso correto das máscaras e a não-circulação em caso de sintomas gripais são medidas muito efetivas para controle da pandemia”, afirma a médica.
Quando a circulação viral é contida, a transmissão diminui, e, consequentemente, o número de casos. “Se todo mundo aderir adequadamente às precauções e orientações, e sair de casa apenas quando necessário, pode ser que uma terceira onda não venha com tanta força ou mesmo não aconteça”, salienta a especialista.
A vacinação continua sendo o único meio definitivo para o controle da pandemia. Quanto mais rápido o país conseguir vacinar a população, mais rápido as pessoas poderão voltar a uma vida sem restrições. Até o momento, o Espírito Santo tem 9,98% da população vacinada com a segunda dose.
“Poderemos começar a pensar em um retorno à nossa vida normal quando cerca de 70% da população estiver com o esquema vacinal completo, isto é, com as duas doses da vacina”, ressalta a médica. O índice atual de vacinação é um pouco inferior ao que o país possui, de 10,13%.
Enquanto as vacinas não chegam para todos, é possível controlar a pandemia com medidas eficazes de isolamento.
“É importante reforçar para as pessoas que não acreditam na eficácia do isolamento social, que existem países que controlaram a pandemia com distanciamento e uso de máscaras, como a Austrália e a Nova Zelândia. Esses dois países os países conseguiram controlar a pandemia antes mesmo da disponibilidade de vacinas”, destaca Ana Carolina.
Redação Mov News
Equipe de jornalismo do MovNews