sexta-feira, 29 de março de 2024
23.3 C
Vitória

Cartuxa Reserva 2015

Já informei aqui da minha preferência pelo vinho europeu, afinal, o velho
continente produz vinhos há mais de oito mil anos antes de Cristo. Portanto, o
terroir as condições climáticas e a experiência dos vitivinicultores europeus de
geração em geração na hora da produção da bebida do deus Baco e Dionísio
faz a diferença.

Recentemente degustei o vinho Cartuxa Reserva 2015 – havia degustado de
outras safras –, mas esta safra realmente está um primor, um verdadeiro néctar
dos deuses. Antes de falarmos sobre este vinho vamos contar um pouco a
história da vinícola Cartuxa.

O nome da vinícola e do vinho é uma referência, uma homenagem aos monges
Cartuxos que, desde 1587, praticavam uma vida solitária de oração no
Mosteiro de Santa Maria Scala Coeli, em Évora, sede da conceituada vinícola
portuguesa, a Adega Cartuxa.

Por detrás da Adega Cartuxa está uma grande família, a família Eugénio de
Almeida. Recuemos até 1913, ano em que nasce Vasco Maria, numa das mais
influentes famílias do século XIX. Natural de Lisboa, cedo estabeleceu laços
com Évora e o Alentejo, onde a família detinha um extenso património. Vasco
Maria sempre considerou as pessoas como a variável de maior valor em
função da qual organizava todos os seus esforços. Entre eles, destaca-se a
revitalização da atividade vitivinícola e a aposta na plantação de uma vasta
área de olival a escassos quilômetros de Évora, que resultaram nos vinhos e
azeites até hoje produzidos.

Para atribuir um sentido ao legado dos seus antecessores Vasco Maria
Eugénio de Almeida criou, em 1963, a Fundação Eugénio de Almeida, à qual
doou todo o seu património e deixou a missão de promover o desenvolvimento
cultural, educativo, social e espiritual da região de Évora. O que permite à
Fundação Eugénio de Almeida concretizar o sonho humanista do seu fundador
quer através da realização de projetos e atividades para a comunidade, quer
através do apoio financeiro a instituições e particulares, e principalmente a
produção dos vinhos e azeites da Adega e Lagar Cartuxa. A Adega Cartuxa
tem em seu portfolio muitos vinhos de qualidade como o icônico Pêra-Manca,
reconhecido mundialmente.

Depois deste breve histórico vamos falar do vinho título desta coluna, Cartuxa
Reserva 2015. Como dissemos acima a qualidade deste vinho está associada
ao nome dos monges Cartuxos. Produzido a partir das castas genuinamente
portuguesas, Alicante Bouschet e Aragonez, criteriosamente selecionadas das
vinhas mais antigas da Fundação Eugénio de Almeida.

Quando atingem o estado de maturação ideal, são colhidas e transportadas para a adega, onde se inicia o processo tecnológico de desengace – separação das bagas, grão da uva, e do engaço, caule que sustenta o cacho –, em seguida, as uvas são
fermentadas separadamente, à temperatura de 27ºC. Este vinho estagiou 15
meses em barricas novas de carvalho francês e mais 15 meses em garrafa
antes de seguir para o mercado consumidor. De teor alcoólico de 14,5%,
melhor consumir na temperatura 16ºC e 18ºC.

Agora que tal um brinde ao enólogo, Pedro Baptista e ao seu assistente,
Duarte Lopes pela dedicação e profissionalismo em criarem este vinho que é
sinônimo de qualidade superior e harmonizá-lo com um suculento leitão assado
ou um bacalhau à moda portuguesa ou um queijo curado como entrada. Este
vinho deve ser aberto pelo menos 1hora antes de ser servido. Mas, lembre-se,
não dirija se ingerir bebida alcoólica.

Saúde e até a próxima semana!

- Publicidade -

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Relacionados

- Publicidade -