Sexta-feira Santa, dia de jejuar. Alias, na quaresma os cristãos se abstêm de pratos de carne vermelha, por este motivo a Torta Capixaba, tradicional prato da nossa culinária na Semana Santa é também a principal iguaria na mesa dos capixabas e nos restaurantes nesta época do ano. Há dois tipos de Torta Capixaba: uma, a base de bacalhau, e a outra, de frutos do mar, tais como caranguejo, siri, ostra, sururu, peixe e camarão. O interessante que qualquer uma das duas se pode harmonizar com vinho branco ou tinto, devido aos seus temperos que são muito condimentados, mas, a sugestão da coluna será um vinho branco.
Para harmonizar esse delicioso, saboroso e tradicional prato da nossa culinária, indicarei dois vinhos brancos europeus: um originário da Borgonha, região francesa produtora de excelentes vinhos da uva Chardonnay e o outro da região do Alentejo, centro-sul de Portugal, responsável pela produção de um vinho icônico, tanto, em Portugal como no resto do mundo.
E para não nos estendermos muito, vamos citar os vinhos que temos a certeza que irão harmonizar perfeitamente com a nossa Torta Capixaba. Afinal há uma variedade muito grande de bons, excelentes produtores vitivinícolas nessas regiões que será o assunto para a próxima coluna.
Quando se fala em vinho branco de qualidade estamos falando de Chablis. O nome da uva Chardonnay, não aparece no rótulo, aliás já falamos em coluna anterior sobre este tema de como se faz a leitura de um rótulo de vinho Francês. Chablis é uma sub-região da Borgonha e não o nome da uva. Portanto, no rótulo estão as informações: Chablis, Grand Cru ou Premier Cru; Domaine (produtor); ano da colheita (safra); e por último no rodapé do rotulo principal o teor alcoólico e a capacidade em volume. O Domaine William Fèvre é o mais importante de Chablis não apenas por sua área cultivada, mas também pelo fato de possuir vinhedos de qualidade superior. De cor branco-pérola, taninos marcantes, mas aveludados, teor alcoólicos de 13% por volume. Em se tratando de um Chablis , encorpado e aromático, melhor consumir na temperatura entre 12 °C e 13°C.
Na região Centro-sul de Portugal, a cerca de 100Km da Capital Lisboa, se situa a cidade de Évora, capital do Alentejo. Aliás, excelente destino turístico, gastronômico e vitivinícola. Nessa abençoada região, onde há castelos medievais, igrejas e presença arquitetônica romana, é onde se produz um dos vinhos ícones de Portugal e do mundo, o Pêra-Manca. Produzido pela vinícola Cartuxa, mantida pela Fundação Eugénio de Almeida, com um corte das uvas Antão Vaz e Arinto, ambas brancas, genuinamente portuguesas. Estágio de 12 meses em barricas novas de carvalho francês.
Harmonização ideal para ser apreciado com pratos de carne branca como aves e lombos, e também com frutos do mar, peixes e queijos suaves. Teor alcoólico 13% por volume. Temperatura de serviço é entre 12°C e 13°C. O ideal é abrir a garrafa e deixar descansar por cerca de 30 minutos antes de servir.
Como a Torta Capixaba é um prato tradicional da nossa culinária e fartamente servido na Semana Santa, ou seja, uma vez por ano, a coluna sugere ao leitor investir um pouco mais no almoço do domingo de Páscoa e degustar um dos vinhos citados, o Chablis William Fèvre ou Pêra-Manca branco.
Até a próxima semana. Evite o consumo excessivo de álcool e se beber não dirija.
Feliz Páscoa!
Excelente! Colocarei em prática e farei a receita harmonizada. Obrigada 😊
Obrigado Alessandra pela leitura e comentário.
A Torta Capixaba é uma das muitas iguarias da culinária capixaba e com certeza harmoniza perfeitamente com os vinhos sugeridos na coluna.
Paulo Angelo.
Cada dia um aprendizado, gostei.
Parabéns, os comentários foram muito úteis.
Josy, justamente estes comentários que me incentivam a estudar e aprender mais e mais sobre a bebida do deus Baco e Dionísio para poder escrever e passar um pouco do meu aprendizado para vocês leitores.
Obrigado pelo carinho.
Paulo Angelo.