quinta-feira, 28 de março de 2024
27.2 C
Vitória

Plavac Mali, a azulzinha da Croácia!

Plavac Mali

 Foto_vinho_PlavacMali.jpg

Caro leitor, na coluna anterior foram citados alguns nomes de uvas desconhecidas da maioria dos apreciadores de vinhos, nomes até estranhos para nós. latinos, devido aos países de procedência das uvas mencionadas.

Informei, ainda, da minha predileção pelos vinhos europeus, principalmente dos italianos, pelas uvas genuínas de cada região produtora de vinho da Itália.

Mas, sempre digo que devemos estar de corações e mentes, e, por que não dizer, papilas gustativas bem abertas para se degustar uma variedade imensa dos vinhos existentes mundo afora?

Pois bem, seguindo meus instintos de caçador, de um autêntico Wine Hunter, desta vez tive a oportunidade de degustar um vinho croata.

 Foto_LukaModric.jpeg
Luka Modric

Isto mesmo, da Croácia, país do Leste Europeu famoso pelas belas mulheres de olhos azuis da cor do mar, do atleta de futebol Luka Modric, meio-campista da Seleção Croata e do Real Madrid.

A Croácia é produtor milenar de vinhos e aos poucos volta ao cenário mundial na produção da bebida, talvez a mais antiga da humanidade.

Um amigo, também apreciador de vinhos, em visita à Croácia, sabendo do meu interesse por diferentes tipos de rótulos, seja do velho ou do novo mundo, me ligou perguntando se eu conhecia os vinhos croatas?

Conheço a existência deles e da sua história, respondi. Então, me pediu uma opinião sobre qual vinho ele escolheria dentre aqueles inúmeros rótulos à sua frente, todos escritos no idioma local? Foi quando fiz a sugestão: compra o mais caro que estiver na gôndola do supermercado. Resumo do telefonema internacional: ele trouxe em sua bagagem uma garrafa do vinho Vina Palihnic. Bem, se achou estranho o nome do vinho, imagine o da uva? Plavac Mali.

Tudo para nós era diferente, desde os nomes (do vinho, da uva, da região), aliás, nem tradução para a língua portuguesa havia no rótulo, tudo no idioma croata, o que, para nós, soava esquisito. Então só nos restou abrir a garrafa de um vinho até aquele momento completamente desconhecido.

Ah, uma dica, nunca sirva um vinho logo ao abrir a garrafa. Todo vinho precisa de um tempo para decantar para que ele possa aerar, respirar e somente depois de um tempo deve-se degustá-lo. Assim, identificaremos todas as suas propriedades de aroma e paladar e não somente o álcool, o primeiro aroma que percebemos logo que servido.

Voltemos ao vinho em questão. A uva tinta Plavac Mali é nativa da Croácia além de ser a variedade mais cultivada ainda serve de base para elaborar alguns dos melhores vinhos tintos do país. Sua coloração rubi é profunda e intensa, com sabores de cereja preta e notas de pimenta e especiarias. Bastante madeira e um teor alcoólico de 15% por volume. Interessante que mesmo com este acentuado grau de álcool este vinho tem um final levemente adocicado.

A uva Plavac Mali possui bagas pequenas e de pele grossa, tem uma alta concentração de açúcar residual, responsável por dar origem a vinhos estruturados, tânicos, mas perfeitos e equilibrados. Excelente capacidade para envelhecimento, característica que muitas vezes não é percebida nos vinhos produzidos na Croácia.

Mais uma informação que consideramos necessária: o nome da uva tem a ver com sua aparência, “Plavac” tem relação com a coloração azulada das bagas, enquanto “Mali” significa pequeno, ou seja, se o nome dessa uva tivesse uma tradução literal para o português, seria azul pequena ou “azulzinha”. Como o vinho também é uma bebida saudável e estimulante, desde que bebido com moderação, aí o nome tem tudo a ver não é mesmo?

Em Vitória ainda não há nenhuma loja especializada, onde encontrar um vinho croata, mas o leitor em viagem pelo Brasil ou pelo mundo, visite wine stores, lojas especializadas em venda de vinhos, e se encontrar um vinho originário da Croácia não perca a oportunidade de comprá-lo. Você irá se surpreender como eu e meu amigo nos surpreendemos. Este vinho do Leste Europeu é diferente de todos os que já degustei até o momento, vale a pena conferir.

“Os vinhos do Leste Europeu estão recuperando seu passado. Antes do Comunismo era a indústria vinícola mais importante da Europa. Vinhos maravilhosos. Uvas diferentes. Essa Plavac Mali é ótima”, diz Geraldo Antonio Batista, viajado e conhecedor de vinhos.

Até breve!

- Publicidade -

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Relacionados

- Publicidade -