sexta-feira, 29 de março de 2024
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Vitória

Eu me pergunto: por quê?

Eu penso que essa suposta libertação da mulher, quando alguns pensavam que deveria ser comemorada, expôs escancaradamente a mulher a um mundo de violência sem fronteiras.

Na minha visão, o homem estacionou e não se preparou como deveria para conviver com os avanços provenientes dessa pressuposta libertação. Ele se fragilizou e, obviamente, se desesperou, perdeu o controle da situação, perdeu o rumo, e, consequentemente, reage com violência para ter uma ilusão de que está no controle, de que fez parar algo que o atordoava, martirizava, que fazia com que ele se sentisse menor diante dos amigos, da sociedade, e diante dele mesmo!

Nessa escalada de violência, esse homem objeto das mudanças, não percebeu que os atos de violência o tornam rude, muitas das vezes bárbaro, frio, sem sentimentos sequer pelos filhos que assistem a todos esses atos de forma passiva face às suas tenras idades e, pelo grau de estranhamento em ver pessoas que muito representam na vida deles, se agredindo, se matando uns aos outros sem conseguir alcançar o “porque” de estar vivendo tudo isso. 

A violência contra mulher cresceu absurdamente e ela acompanha, é claro, o comportamento social, suas estranhezas, seus reflexos, suas implicações.

É o pedido de socorro que, na maioria das vezes, é silenciado para nunca mais falar. Sabe-se lá o que essa mulher teria a falar sobre seu algoz, sobre os negócios da família, sobre as questões e implicações políticas, sobre aquele homem na condição homem…

Infelizmente, é uma realidade incontestável: a violência contra a mulher é assustadoramente comum em todas as classes sociais, em todas as idades, em todas as raças, todos os credos.

Aliás, violência se tornou lugar comum em todos os segmentos.

E por que estamos falando sobre isso?

Porque tudo isso é comportamental. São ações e reações resultantes do universo de cada um e do mundo que nos rodeia, nossas relações pessoais, nossos negócios escusos ou não, nosso grau de comprometimento com o padrão de vida que queremos ter.

É uma reflexão que diz respeito a todos nós, pois, em um momento podemos ser a parte que perde o controle e comete atos impensados, movidos pela energia negativa desse momento e, em outro momento, podemos passar à condição de estatística em função das escolhas que fazemos, das pessoas que trazemos para nossas vidas, lugares que frequentamos, tudo aquilo que agregamos aos nossos costumes.

Porém, é fato que, algumas dessas reações e comportamentos inadequados ou inoportunos podem causar problemas ou constrangimentos em um dado momento, ou ainda, durante um determinado período temporal. No entanto, as mais frequentes têm sido exatamente aquelas reações que causam problemas indissolúveis para o resto da vida e podem levar uma pessoa a uma condição de “excluso” da sociedade!

Vários projetos abordam o assunto e carregam essa causa. Muitos recursos têm sido criados para tentar manter a segurança das mulheres, tentativas de que elas possam pedir socorro, sair das garras do seu agressor. Porém, além das dificuldades enfrentadas na manutenção de todos os mecanismos pensados e criados para essa finalidade, ainda temos que lembrar que o problema é de base, comportamental, estrutural, psicológico. O agressor precisa de um freio para tentar entender-se como um homem em processo de mudanças, entender que o outro não é seu inimigo, compreender que o outro tem seus direitos principalmente à vida, que ele pode ter novos caminhos e deixar as marcas sombrias para trás sem se rotular como um agressor, um maníaco, um torturador, e tantos outros segmentos.  

É sabido que, cerca de 500 mulheres sofrem violência física a cada hora no Brasil, segundo pesquisa encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança. Todas as informações, todas as pesquisas sobre as agressões contra mulheres, sejam elas físicas ou verbais, são alarmantes. O que tem alavancado mais sucesso entre as mulheres vítimas, são as campanhas por meio de tecnologias digitais que estão buscando informações e meios para se proteger e denunciar seus agressores. Assim, de forma coletiva, elas se sentem mais fortalecidas e adquirem mais confiança em gritar ao mundo as agressões sofridas.

Nunca se cale!

Você é a vítima! 

Busque proteção!

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