No momento em que o mundo inteiro tem os olhos voltados para o Japão e
para os atletas envolvidos nas competições das olimpíadas, não podemos nos
furtar a algumas reflexões úteis. Sim, estamos combinados, é esporte,
diversão, entretenimento. Mas há muito mais coisas envolvidas por trás de tudo
isso, ou, ainda, são milhares de pessoas envolvidas entre atletas, técnicos,
equipes de suporte, etc.
Não podemos esquecer que, por trás do espetáculo existem milhares de seres
humanos, que sentem, sofrem, se superam, crescem, mas continuam sendo
seres humanos repletos de emoções, sensações, sentimentos.
A palavra que move todos esses atletas diariamente é SUPERAÇÃO!
É, sem dúvida, um espetáculo contagiante que mexe com os sentimentos de
todos nós. Mesmo aqueles nem tão afeitos aos esportes, todos se voltam para
as competições.
É o chamado esporte de alto rendimento, onde os atletas sacrificam até mesmo
sua fase de infância. Exige sacrifício e dedicação total dos atletas. Eles se
submetem a regras rígidas sem exceções. Treinamentos incessantes, controle
de alimentação, cuidados com o sono, superação a cada instante. É muita
pressão por resultados. É um mercado que movimenta cifras milionárias, são
os problemas e os costumes de vários países convivendo em um mesmo
momento, todos na busca de apenas três medalhas: ouro, prata e bronze!
E toda essa pressão tem gerado reações de atletas que muitas das vezes
acabam “gritando” por socorro, tomando atitudes que o grande público nem
sempre entende, pois pensa sempre em resultado, quer espetáculo, sem
atentar para tudo o que é necessário para estar em um esporte olímpico
destacando-se entre os melhores, correndo contra o tempo, marcas, recordes,
especificidades, em sacrifício total das suas reações psicológicas que às vezes
podem explodir quando menos se espera.
Diante de tudo isso, vale lembrar que o Brasil é muito rico em pessoas incríveis
e guerreiras que, muitas das vezes mesmo sem nenhum apoio ou patrocínio
para garantir seus treinos durante toda a sua trajetória, se veem de repente, às
voltas com a possibilidade de participação, têm que correr atrás do prejuízo e
das possibilidades. Essas pessoas estão sempre rodeadas de muito stress,
decisões a tomar, ser capaz, desenvolver novas habilidades e competências,
ser uma verdadeira máquina de resultados.
Em meio a tudo isso que podemos observar em nível mundial, ressaltamos os
nossos atletas, nossos grandes guerreiros, suas emoções, suas performances,
seus resultados.
E, quando um atleta não atinge as nossas expectativas, faz algo que os
simples mortais consideram inapropriado para o momento, ou faz uma
declaração que desagrada à ambição por resultados que os atletas das telas
de TV criticam, julgam e condenam, precisamos lembrar que, acima de tudo
deve haver sempre o espírito olímpico que torna as pessoas mais humanas,
que iguala as pessoas, sem cobranças, sem julgamentos.
Em especial, face ao grito de socorro da tenista Naomi Osaka e da
multicampeã da ginástica artística Simone Biles, é um assunto que merece ser
repensado. A sanidade está em jogo. Principalmente em tempos de pandemia
onde as pessoas em geral já estão expostas a um sem número de
possibilidades de afetações psicológicas. Mormente aquelas que são cobradas
diuturnamente e precisam apresentar resultados, com bom humor, alegria e
muita satisfação, mesmo que o seu “calo” esteja incomodando diariamente,
mas que precisam seguir em frente como deuses superpoderosos!
Por mais sanidade!
Por mais apoio e assistência psicológica nos esportes!
Somos todos responsáveis!
Norma Marques
Advogada – Produtora e Gestora de Eventos – Cerimonialista – Professora de Etiqueta e Boas Maneiras – Palestrante – Professional Training – Filiada ao Comitê Nacional de Cerimonial e Protocolo – Presidente do Instituto Brasileiro de Cerimonialistas.
