Pix: os primeiros seis meses do novo método de pagamentos

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A Selic é a taxa básica de juros. Foto: Marcello Casal Jr. | Agência Brasil

No último dia 16 de maio, o PIX- meio de pagamento eletrônico do sistema de transferência de valores do Banco Central, comemorou os seus seis primeiros meses de funcionamento e mostrou ser um sucesso.

Tem sido ampla a aceitação do sistema e não tenho dúvidas de que estaremos indo em direção ao fim das Transferência Eletrônica de Dados – TED e dos Documentos de Ordem de Crédito – DOC, que hoje são cobrados pelas Instituições financeiras e demoram para serem creditados.
 
Vamos aos números deste sucesso, que falam por si. Em abril pela primeira vez o número de transações por PIX ultrapassou todas as outras modalidades juntas (TED, DOC, Cheques e Boletos). A paridade foi de 51% contra 49%.
 
Nestes seis primeiros meses já são mais de 1,5 bilhão de transações. Já foram cadastrados 87 milhões de usuários, sendo 82 milhões por pessoas físicas e 5 milhões, pessoas jurídicas. Um em cada três brasileiros utilizou o PIX nestes 6 meses.

Em novembro de 2020, quando a ferramenta foi criada, ela movimentou R$ 30 milhões. Seis meses depois multiplicamos estas transações por 10, ou seja, em abril de 2021 ela movimentou R$ 322 bilhões. Em termos de valores, já foi realizada R$ 1 trilhão em transações nestes seis meses.
 
Foram 230 milhões de chaves PIX criadas/cadastradas. Do total de chaves criadas, a preferência foi por CPF com 72 milhões, ou cerca de 31%. Em segundo lugar com 30% estão as “chaves aleatórias” (geradas automaticamente pelo sistema), com 68 milhões. Outros 51 milhões ou 22% cadastrou o número do celular, enquanto o cadastro de e-mail (endereço eletrônico) aparece em 4º lugar com 36 milhões de pessoas. Por último 2% cadastrou o CNPJ.
 
Hoje são cerca de 750 Instituições Financeiras que participam do Sistema e desde a criação que o BACEN vem implementando novas funcionalidades. A mais recente está nas redes sociais do próprio Banco Central: no Linkedin do BACEN está o lançamento do PIX COBRANÇA, que é uma ferramenta que permite a cobrança em datas futuras por meio de um QR CODE.
 
Um dado interessante divulgado foi a estratificação da idade dos usuários da ferramenta. Pessoas na faixa etária de 20-29 anos são 30%, outros 30% são usuários na faixa entre 30 a 39 anos, portanto 60% dos usuários são considerados jovens. Somente 4% de pessoas que estão acima de 60 anos usam o PIX. O tíquete médio das transações é de R$ 644,00. 
 
Sobre a fragilidade do mecanismo podemos dizer que existe a possibilidade, porém não foi apontada nenhuma fraude no sistema até a presente data, no tocante a parte tecnológica. Há sim fraude, porém, na parte em que os técnicos do BACEN chamam de “engenharia social” que ocorrem principalmente nas redes sociais.  São clonagens de aplicativos, como por exemplo do WhatsApp em que os hackers tomam posse de dados. Os fraudadores pensam da seguinte forma: já que não consigo fraudar o sistema, a parte lógica em si, vou onde há uma maior ” vulnerabilidade”, que é justamente a parte fraca do elo, onde o usuário é mais desatencioso ou displicente com os seus dados.
 
Em relação aos próximos passos, nós podemos citar pelo menos quatro novas funções que entrarão em funcionamento em breve: PIX saque e o PIX troco; assinatura de documentos digitais; transações internacionais e em outubro, entrará em funcionamento uma transação que permitirá estornar transações com mais rapidez desde que fique comprovada a fraude ou o erro de intenção maldosa.

José Marcio
José Marcio

Economista formado pela Ufes, é atualmente Consultor da Diretoria no Banco do Estado do Espirito Santo (S/A.Banestes)

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