quinta-feira, 28 de março de 2024
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Motociclistas de aplicativos: Entregadores falam da rotina de sacrifícios e os perigos da profissão

O crescimento das empresas de plataformas digitais mostra como, entre bicos e outros empregos, o trabalho dos entregadores de aplicativo que utilizam a moto tem sido amplamente usado como forma de sobrevivência pela população.

Willian Martins, de 30 anos, trabalha há dois anos como entregador. São 12 horas seguidas no exercício da função. Ele menciona que as principais dificuldades que encontra ao realizar as entregas são a sinalização das vias e o alto custo da gasolina.

“Muitas vezes, quando vamos fazer a entrega e temos que deixar estacionada nossa moto, não tem sinalização. Aí passa um guarda e quer aplicar a multa, ou seja, além da infração, perdemos pontos na carteira de motorista. Outra coisa ruim é que, quando comecei a trabalhar como motociclista de aplicativo, a gasolina custava quase R$ 4,00 e agora está R$7,20. E isso não é o lojista que paga, sai do nosso bolso. Teve quase o dobro de aumento do combustível e não ganhamos esse reajuste”, disse Willian.

Ele também cita variadas queixas dos clientes na hora das entregas, muitas vezes sem qualquer responsabilidade dos profissionais.

“Quando vamos realizar as entregas, se é comida, o cliente fica mais exigente. Se é sorvete e o tempo está quente, reclama se ele chega derretido. Caso seja pizza, se vem mais fria, fala também. Na maioria das vezes, os clientes não vê que estamos com sol na nossa cabeça ou debaixo de chuva para garantir a entrega deles”, ressalta o entregador.

Willian Martins, de30 anos, trabalha há dois anos como entregador. São 12 horas seguidas no exercício da função.

Imprudência

Muitos motoristas também reclamam dos entregadores, falando que eles cortam as vias com imprudência. No entanto, do outro lado, também há queixas.

Giovani Novaes Gomes é motociclista de aplicativo há três anos e quase já presenciou um grave acidente por descuido do motorista do carro:

“Eu estava atrás do carro. Vi o motorista olhando o celular e quase não freou para uma senhora atravessar com o bebê no carrinho. Muitos motoristas reclamam dos entregadores de moto, mas eles também precisam ter mais atenção e prudência. Até porque existem vários motoristas que nem se preocupam com a seta”, frisou.

Queixas

Uma das queixas que Giovani está relacionado ao regime de trabalho. Ele explica que os profissionais só recebem se trabalharem e se sentem prejudicados pelos aplicativos:

“Elas (empresas) não dão nenhum suporte para nós. Se ficamos com alguma doença ou se sofrermos algum acidente, não recebemos nada. Além disso, o aplicativo não passa o valor combinado. E as taxas estão cada dia mais altas para os clientes. Isso precisa mudar”, reclamou.

Valor da corrida

Uma outra reivindicação é em relação ao reajuste no valor do corrida, como cita o entregador Felipe Sousa, que atua há quatro anos na área.

“Quem trabalha para uma determinada empresa recebe no valor da corrida de R$ 5. Só que em outra tem o valor de R$ 6. Isso deixa a gente sem referência”, explica Felipe.

Salário

Em média, o salário médio pago, por exemplo, pela empresa iFood para o cargo de motoboy no Brasil é de duas a quatro vezes o valor do salário mínimo. Mas não tem carteira assinada e garantias de planos de saúde e adicional noturno.

Para se tornar um motoboy, basta entrar no app iFood para entregadores. É necessário preencher os dados e enviar uma foto do documento solicitado para análise e validação do cadastro. Em seguida, tem que escolher o modal que deseja utilizar (carro, moto, patinete ou bicicleta).

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