Depois de uma intensa campanha nas redes sociais, inclusive com diversos artistas, jovens se alistaram no cartório eleitoral.
Durante a Semana do Jovem Eleitor, promovida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) entre os dias 14 e 18 de março foram emitidos 96.425 novos títulos em todo o Brasil e no exterior para jovens com 15 a 18 anos.
A procura foi maior entre as mulheres: 52.561 pessoas do gênero feminino solicitaram a emissão do título, enquanto 43.864 homens buscaram pelo serviço. Neste período, as faixas etárias que registraram os melhores índices foram as de jovens com 18 e 17 anos, respectivamente.
18 anos
A distribuição do primeiro título por faixa etária ficou configurada da seguinte forma: 4.387 mil títulos oferecidos a jovens de 15 anos (que completam 16 anos até dia 2 de outubro, data do primeiro turno das Eleições Gerais de 2022); 22.934 mil títulos para adolescentes com 16 anos; 33.582 mil títulos para pessoas com 17 anos; e 35.522 mil títulos para cidadãos com 18 anos.
17 de março
Com relação à data dos pedidos, os dados mostram um aumento da procura pelo documento ao longo da semana, com o ápice alcançado na última quinta (17): foram 17.805 mil títulos no primeiro dia da campanha, 14 de março; 18.578 mil em 15 de março; 19.786 mil no dia 16 de março; 22.407 mil em 17 de março; e 17.849 mil no último dia, 18 de março.
Números
Os estados mais engajados na campanha foram São Paulo, Minas Gerais e Bahia. Roraima, Rondônia e Amapá foram as unidades da federação com a menor quantidade de pessoas entre 15 e 18 anos que buscaram a Justiça Eleitoral para tirar o primeiro título. Trinta jovens se alistaram para votar no exterior.
O TSE registrou, no mês de fevereiro, o menor número de adolescentes de 16 e 17 anos com título de eleitor da história. Foram contabilizados mais de 830 mil jovens com o documento até o momento. Nas últimas eleições gerais, em 2018, foram mais de 1,4 milhão de pessoas da faixa etária aptas para votar no mesmo mês.
Considerando as mais de 6 milhões de pessoas com 16 e 17 anos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de jovens com título de eleitor em 2022, até agora, representa cerca de 13,6% do total de habilitados para obter o documento. Em fevereiro de 2018, o percentual era de 23,3%.
Nas eleições de 2018, segundo o TSE, em outubro, período eleitoral, havia 1.400.613 adolescentes de 16 e 17 anos aptos para votar. São cerca de 30 mil pessoas a menos que as cadastradas em fevereiro do mesmo ano.
O cadastro eleitoral para novos eleitores será encerrado no dia 4 de maio. O requerimento pode ser feito online, no portal do TSE. É necessário enviar ou digitalizar documentos como identidade e comprovante de residência, além de informar um telefone de contato caso o cadastro esteja incompleto.
Em nota, o TSE esclareceu que há variações nos números avaliados mensalmente por conta de eventos como transferências, cancelamentos, revisão eleitoral ou processos para novos títulos. O número de eleitores para outubro só estará disponível após o encerramento do cadastro.
Para especialistas, o desinteresse dos mais jovens pela política é a força motriz para a baixa procura pela emissão do título. A queda, para o cientista político e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Jairo Nicolau, não é algo novo e tem sido observada ano após ano. Ele destaca a falta de identificação partidária dos jovens como a principal barreira.
“De 1989 pra cá, vimos esse número cair bastante nessa faixa etária. Antes era algo perto de 70%, hoje chega a 40%, 30%, o que constata esse desinteresse. Os partidos estão bem envelhecidos, não há renovação etária, há dificuldade de diálogo e de atrair jovens para a militância. A expectativa dos jovens nessa idade também é muito diferente do que é debatido. Temas como diversidade, meio ambiente, mercado de trabalho e universidades não são prioritários”, explica o professor.
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