Após as fortes chuvas que atingiram a cidade de Petrópolis, na região Serrana do Rio de Janeiro, que causou a morte de mais de 200 pessoas até agora, o momento é de levar esperança e ajudar os moradores da região. E foi pensando nisso que dois projetos estão recebendo doações para serem encaminhadas ao local.
Uma dessas ações está sendo realizada pelo Colégio São José, em Vila Velha, em parceria com o Santuário e o Convento da Penha. Trata-se da campanha “SOS Petrópolis”, que está arrecadando alimentos não perecíveis, descartáveis, produtos de limpeza e higiene, itens infantis (fraldas, mamadeiras e roupas), além de eletrodomésticos.
As doações estão acontecendo no próprio colégio desde o dia 14 deste mês, e o objetivo é que o caminhão saia no dia 14 de março para Petrópolis. A diretora pedagógica do Colégio São José, Maria Auxiliadora Vieira Campos, explicou que a campanha está acontecendo em todas as escolas da rede Vicentina no Brasil, em São Paulo, Rio de Janeiro e no Espírito Santo com o colégio São José. E que o objetivo, claro, é ajudar a população de Petrópolis que está passando por essa tragédia.
“A importância da ação é a nossa solidariedade com essas pessoas que estão sofrendo as perdas, não só materiais, mas de entes queridos também. Temos que ser solidários com aqueles que precisam no momento, é o mínimo que podemos fazer. Fazendo essa campanha nós estamos ensinando às nossas crianças e nossos jovens a serem solidários e a desenvolverem a empatia com o outro, por isso a escola está realizando esse projeto dentro do ambiente escolar”, disse a diretora.
Arquidiocese de Vitória
Outro projeto que foi criado com o mesmo objetivo, foi realizado pela Paróquia Bem-Aventurado Padre Eustáquio, na Serra, que conseguiu arrecadar cerca de três toneladas de alimentos, roupas infantis, materiais de higiene e limpeza e água para serem levados até a região afetada.
A primeira leva de doações saiu de Vitória na última quarta-feira (23) e chegou em Petrópolis nesta quinta-feira (25). A campanha contou com a ajuda de uma empresa de logística que disponibilizou um caminhão para levar as doações até o local. De acordo com o padre da paróquia, Márcio Ferreira, agora o objetivo é articular para que uma outra leva de doações possa acontecer.
“A princípio nós iríamos fazer uma única ida porque não temos uma estrutura de transporte para manter uma assistência permanente, porque Petrópolis é um pouco distante. Mas surgiu um caminhoneiro que se dispôs a fazer o transporte de mais doações. E como arrecadamos bastante, levamos as três toneladas e ainda ficaram aqui algumas dessas doações”, disse o padre.
De acordo com o padre, as doações foram feitas como uma expressão de fé, e que vários lugares se mobilizaram para ajudar a catástrofe que aconteceu em Petrópolis, e que o sentimento é quase de obrigação em realizar esse tipo de campanha.
“O objetivo é estender a nossa mão até o povo de Petrópolis para que eles sintam que podem contar conosco, que eles não estão sozinhos e que somos solidários nesse momento de dor e de angústia. É mais do que a quantidade de coisas que conseguimos levar, o que nós expressamos de verdade foi o afeto e a nossa oração para que eles superem esse momento difícil”, destacou.
Histórico de tragédias
A história da Região Serrana é marcada por episódios impactantes de tragédias envolvendo temporais. Em 1988, após dias ininterruptos de chuva, 134 pessoas morreram em deslizamentos de terra, desabamentos ou levadas pelas águas da enchente em Petrópolis. Centenas de moradores ficaram desabrigados.
Já em 2011, chuvas torrenciais causaram enchentes e deslizamentos de terra e tiraram a vida de 918 pessoas. Além disso, 30 mil moradores ficaram desalojados. No episódio, que é considerado um dos maiores desastres socioambientais do país, o impacto foi maior nas cidades de Nova Friburgo e Teresópolis, mas Petrópolis também foi bastante castigada.
